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Embaixador dos EUA defende acordo contra retaliação
Shannon disse que relação entre países não pode ficar aprisionada "a pequenas divergências" e que Brasil já não é mais só emergente
VERENA FORNETTI
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
O novo embaixador americano em Brasília, Thomas Shannon, disse ontem que o Brasil é
uma das prioridades da política
internacional do governo Obama e que acredita que os países
chegarão a um acordo sobre o
impasse envolvendo a possibilidade de o Brasil retaliar o país
em razão dos subsídios americanos na produção de algodão.
Em cerimônia de posse da
nova diretoria da Amcham (Câmara Americana de Comércio),
Shannon afirmou que a visita
da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ao
Brasil nesta semana confirmou
a intenção dos governos de se
aproximarem, apesar das divergências em temas como a
eventual retaliação comercial
do Brasil aos EUA e a recusa do
Brasil em apoiar sanções ao Irã
em razão do programa de desenvolvimento nuclear do país.
Na segunda-feira, o Brasil deve divulgar a lista de bens americanos que poderão sofrer sobretaxação. Anteriormente, os
Estados Unidos haviam cogitado contrarretaliar o Brasil caso
fossem aplicadas as sanções.
Ontem, Shannon desmentiu a
hipótese: "Não faço ameaças".
O diplomata americano enfatizou que a disposição dos países de tratar abertamente dos
temas globais é um passo importante para resolver divergências. Para ele, não há mais
possibilidade de a relação entre
Brasil e Estados Unidos repetir
os ciclos de aproximação e de
afastamento que foram recorrentes no passado.
"O Brasil não é mais um país
emergente. Ele já emergiu, já ficou importante e não vai ficar
menos importante. Nós estamos atentos a isso." O embaixador afirmou também que as
discussões entre os dois países
"não podem ficar aprisionadas
a pequenas divergências".
As declarações do embaixador seguem as diretrizes estabelecidas nas últimas semanas
pelo governo Obama que estabelecem o Brasil como uma das
prioridades do comércio americano. No início do mês passado, o Departamento de Comércio americano disse que pretende aumentar o número de
especialistas em comércio em
países como Brasil, China e Índia, para que eles "defendam e
encontrem consumidores para
as companhias dos EUA".
Esse interesse americano pelos emergentes se deve à promessa de forte crescimento
nesses mercados, enquanto a
previsão para os países ricos é
bem menos otimista.
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