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AJUDA EXTERNA
Parcela de US$ 9 bi deve sair em duas semanas
Negociações com FMI são concluídas
ISABEL VERSIANI
Enviada especial a Washington
O FMI (Fundo
Monetário Internacional) divulgou na tarde
de ontem (18h15
em Brasília) um
comunicado de
imprensa anunciando que as negociações entre o
governo brasileiro e a instituição
para a revisão do acordo de ajuda
ao Brasil estavam concluídas.
A nota, de dois parágrafos, não
detalhou nenhuma das metas ou
parâmetros estabelecidos no programa econômico que acompanha
o acordo. Esses detalhes estarão
contidos no memorando de política econômica que deverá ser divulgado na semana que vem.
O acordo ainda terá que passar
pela aprovação da Alta Direção e
do Conselho de Administração do
FMI. O Fundo espera que isso seja
feito dentro de cerca de duas semanas. Assim que a aprovação for feita, o FMI liberará a segunda parcela de empréstimo ao país, no valor
de US$ 9 bilhões.
A liberação do dinheiro entrou
em compasso de espera e é de interesse do Fundo que só saia depois
que o Congresso Nacional aprovar, em definitivo, a emenda da
CPMF (o imposto do cheque).
O governo e o Fundo negociavam há mais de um mês o acordo
de ajuda ao país, que havia ficado
defasado depois da liberalização
do câmbio.
Uma missão brasileira, chefiada
pelo secretário de Política Econômica, Amaury Bier, estava em
Washington desde o último dia 15
em reunião com o fundo. Antes
disso, uma equipe do FMI havia
passado duas semanas em Brasília.
No final da tarde de ontem, depois da divulgação da nota, Bier e o
secretário de Assuntos Internacionais, Marcos Caramuru, ainda estavam reunidos no Fundo. O restante da missão já havia viajado
para o Brasil.
O pacote total de ajuda ao Brasil é
de US$ 41,5 bilhões. Desse total,
US$ 32,5 bilhões são do FMI e de 21
países industrializados e US$ 9 bilhões são do Banco Mundial e do
Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, disse ontem, no início da
noite, por meio de sua assessoria
de imprensa, que "a conclusão das
negociações com o FMI representa
um passo importante para a recuperação da confiança interna e externa no Brasil e em seu futuro."
Malan viaja na próxima quarta-feira para Frankfurt (Alemanha),
onde participará de reuniões com
representantes de bancos privados.
No mesmo dia, o presidente do
Banco Central, Armínio Fraga,
viaja para os Estados Unidos e, depois, para Londres (Inglaterra). Os
dois participarão de reuniões na
França.
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