São Paulo, Sábado, 06 de Março de 1999
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AJUDA EXTERNA
Parcela de US$ 9 bi deve sair em duas semanas
Negociações com FMI são concluídas

ISABEL VERSIANI
Enviada especial a Washington

O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou na tarde de ontem (18h15 em Brasília) um comunicado de imprensa anunciando que as negociações entre o governo brasileiro e a instituição para a revisão do acordo de ajuda ao Brasil estavam concluídas.
A nota, de dois parágrafos, não detalhou nenhuma das metas ou parâmetros estabelecidos no programa econômico que acompanha o acordo. Esses detalhes estarão contidos no memorando de política econômica que deverá ser divulgado na semana que vem.
O acordo ainda terá que passar pela aprovação da Alta Direção e do Conselho de Administração do FMI. O Fundo espera que isso seja feito dentro de cerca de duas semanas. Assim que a aprovação for feita, o FMI liberará a segunda parcela de empréstimo ao país, no valor de US$ 9 bilhões.
A liberação do dinheiro entrou em compasso de espera e é de interesse do Fundo que só saia depois que o Congresso Nacional aprovar, em definitivo, a emenda da CPMF (o imposto do cheque).
O governo e o Fundo negociavam há mais de um mês o acordo de ajuda ao país, que havia ficado defasado depois da liberalização do câmbio.
Uma missão brasileira, chefiada pelo secretário de Política Econômica, Amaury Bier, estava em Washington desde o último dia 15 em reunião com o fundo. Antes disso, uma equipe do FMI havia passado duas semanas em Brasília.
No final da tarde de ontem, depois da divulgação da nota, Bier e o secretário de Assuntos Internacionais, Marcos Caramuru, ainda estavam reunidos no Fundo. O restante da missão já havia viajado para o Brasil.
O pacote total de ajuda ao Brasil é de US$ 41,5 bilhões. Desse total, US$ 32,5 bilhões são do FMI e de 21 países industrializados e US$ 9 bilhões são do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem, no início da noite, por meio de sua assessoria de imprensa, que "a conclusão das negociações com o FMI representa um passo importante para a recuperação da confiança interna e externa no Brasil e em seu futuro."
Malan viaja na próxima quarta-feira para Frankfurt (Alemanha), onde participará de reuniões com representantes de bancos privados.
No mesmo dia, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, viaja para os Estados Unidos e, depois, para Londres (Inglaterra). Os dois participarão de reuniões na França.


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