|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EXUBERÂNCIA
Mercado reagiu com alívio à divulgação do aumento do índice de desemprego, o que reduziu a taxa de juros
Desemprego sobe e Bolsa de NY bate recorde
MARCELO DIEGO
de Nova York
A Bolsa de Nova York bateu ontem o recorde histórico de pontos,
fechando o dia a 9.736,08 e ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 9.700 pontos.
O mercado reagiu com alívio ao
relatório divulgado pelo Departamento de Trabalho, ontem, dizendo que a taxa de desemprego no
país teve um pequeno aumento em
fevereiro. Se a taxa fosse negativa,
os juros internos poderiam ser aumentados.
O índice Dow Jones, que reúne as
30 ações mais negociadas no pregão, fechou com alta de 268,68
pontos, ou 2,84%. Anteontem, a
Bolsa já havia fechado em alta de
191 pontos.
Apesar do recorde, a maior alta
percentual ainda pertence ao dia 9
de setembro de 1997 (4%).
Das 30 ações do Dow Jones, 29 fecharam o dia valorizadas, ontem.
Limitador
O mercado apresentou tendência
de alta durante todo o dia de ontem-o que forçou o acionamento
do limitador, um mecanismo que
paralisa os negócios quando a Bolsa está em alta ou queda muito
acentuada. O limitador foi acionado quando o índice atingiu 180
pontos.
Foi a reação esperada ao relatório divulgado durante a manhã de
ontem, pelo Departamento de Trabalho, dizendo que a taxa de desemprego no país cresceu 0,1 ponto percentual de janeiro para fevereiro, passando de 4,3% para 4,4%
da PEA (População Economicamente Ativa).
Isso significa que 6,1 milhão de
norte-americanos estão desempregados atualmente.
Especialistas esperavam uma
manutenção ou queda da taxa.
Além disso, o relatório mostrou
que o valor médio da hora trabalhada nos EUA teve aumento de
apenas 0,1%, passando a US$
13,04.
Em janeiro, o aumento havia sido de 0,3%.
"Os dados são favoráveis, pois
mostram que a economia norte-americana está crescendo dentro
de um patamar constante, mas
respeitando suas limitações", afirmou o estrategista Peter Coolidge,
da Brian, Murray e Co.
Havia medo no mercado de que
a economia estivesse crescendo
desordenadamente e que a baixa
taxa de desemprego colocasse
muito dinheiro em circulação,
pressionando alta de preços e a inflação.
Na semana passada, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Alan Greenspan, anunciou que poderia subir
as taxas de juros para frear o crescimento e evitar pressão inflacionária. Os juros anuais no país são
de 4,75%.
"A hipótese fica muito remota
agora. Se o crescimento é sustentado, não precisa haver alteração
de rumo", disse Coolidge.
A alta na taxa de desemprego foi
a primeira detectada desde junho
do ano passado. A média anual de
1998 foi de 4,5%, a menor desde
1969.
Mesmo assim, mostrando sinais
da força da economia norte-americana, 275 mil postos de trabalho
foram criados no último mês (a
indústria foi responsável por 123
mil deles). Cerca de 337 mil foram
fechados (50 mil no setor manufatureiro).
A média mensal de hora extra
caiu de 4,6 horas para 4,5 horas.
Embora o desemprego tenha aumentado, em parte ele foi voluntário: o número de pessoas que pediram demissão no mês subiu de
11,8% em janeiro para 12,3% em
fevereiro.
Entre os desempregados, a
maior fatia concentra os adolescentes (14,1%) e os negros (8,3%).
Mulheres e homens brancos representam a menor fatia de desempregados (3,8%).
Texto Anterior: Paulinho é o novo presidente da Força Próximo Texto: Venda de banco eleva Bolsas na Europa Índice
|