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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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Inflação, reforma e juros são desafio

DA REPORTAGEM LOCAL

Três dos principais obstáculos a serem enfrentados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva serão a aprovação das reformas tributária e previdenciária, a queda das taxas de juros e o controle da inflação.
"A aprovação das reformas é condição central para a redução do risco Brasil. Qualquer tropeço no Congresso teria efeito negativo para o país", afirma Caio Prates, do Instituto de Economia da UFRJ.
A aprovação das reformas, diz, também tem impacto nas exportações, pois a redução da carga tributária, como deseja o governo Lula, tornará as empresas mais competitivas no exterior.
"As reformas estruturais serão para o governo petista um osso duro de roer, pois elas precisam ser bem recebidas do ponto de vista político", diz Fábio Silveira, economista da MB Associados.
Reduzir os juros é outro importante desafio. As altas taxas, além de encarecer o financiamento ao consumidor, desestimulam os investimentos das indústrias.
"As empresas brasileiras pagam uma média de 10% de despesa financeira sobre a receita. No exterior, esse percentual é da ordem de 1%. Isso tem de mudar para o país ter mais espaço no mercado internacional", afirma Alberto Borges Matias, presidente da ABM Consulting.

Competitividade
Para Gilberto Dupas, presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais, outro obstáculo a ser enfrentado pelo governo Lula é a falta de competitividade das indústrias brasileiras. "O Brasil só está exportando mais porque o câmbio está favorável, e não porque possui mais tecnologia", afirma.
Na análise de Dupas, se, de um lado, o país precisa que o dólar recue a fim de não desestruturar importantes setores, como os de energia, petróleo, telecomunicações e aviação, de outro, se o câmbio cair para R$ 2,80, por exemplo, voltarão os déficits comerciais. "Esse é um importante nó a ser desatado pelo governo Lula. Com dólar a R$ 3,50, todo mundo exporta."

Dívida
O que o governo Lula ainda está devendo, segundo alguns empresários consultados, é um programa de política setorial para aumentar a competitividade das indústrias com o objetivo de elevar as exportações. "O governo precisa de um projeto de definição de setores prioritários", afirma Dupas. (FF e CR)


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