ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A inflação medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) caiu em março. A taxa ficou em 0,93%. Em fevereiro, o índice havia sido de 1,08%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Embora os preços no atacado tenham desacelerado, houve um repique no varejo, em razão da alta de produtos agrícolas. O IPA (Índice de Preços por Atacado) passou de 1,42% em fevereiro para 1,09% em março. Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,46% em março, ante 0,28% no mês anterior.
Os produtos agrícolas no atacado foram os que mais pressionaram: subiram 1,48% em março, contra uma deflação de 0,76% em fevereiro. Já os preços na indústria, que vinham sendo os vilões da inflação até fevereiro, desaceleraram -de 2,29% para 0,94%.
"Não há dúvida de que o IPA industrial entrou num ciclo de desaceleração por causa da falta de demanda e da política monetária restritiva", disse Salomão Quadros, chefe de análises econômicas da FGV.
Por outro lado, a inflação dos agrícolas se generalizou em março e pode trazer pressões futuras para o varejo. Entre os principais motivos para a alta estão a expectativa de uma safra menor de soja e milho. Em março, a soja teve alta de 10,98%. O milho subiu 2,09%. Também estão em alta carnes, ovos e feijão.
No varejo, os preços subiram mais em março por causa dos aumentos em alimentação (0,94%) e habitação (0,49%). Somente esses dois grupos foram responsáveis por 89% da variação do IPC.
Os alimentos ao consumidor sofreram impacto dos aumentos dos agrícolas no atacado. Em habitação, a pressão veio da alta da taxa de água e esgoto.


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