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Retomada não foi percebida, diz BC
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BC (Banco
Central), Henrique Meirelles, disse ontem, no Rio de Janeiro, que a
economia brasileira sofreu uma
"mudança estrutural" ainda não
devidamente percebida pelos
analistas econômicos.
A mudança, segundo ele, seria o
fato de o país estar crescendo e, ao
mesmo tempo, mantendo o crescimento das exportações e do saldo da balança comercial.
"O Brasil passou por uma mudança profunda. Temos pela primeira vez o país crescendo e com
saldo comercial e exportações fortes e crescentes. Isso é uma mudança profunda, que vai demandar um pouco de tempo até suas
implicações serem percebidas por
todos", afirmou o presidente do
Banco Central, após palestra realizada na Associação Comercial do
Rio de Janeiro.
Na palestra, Meirelles apresentou dados de várias instituições
na tentativa de comprovar que,
desde o terceiro trimestre do ano
passado, o Brasil retomou o crescimento e para justificar a manutenção da atual política macroeconômica.
"Aperfeiçoamento"
O presidente do BC voltou a dizer que, embora o regime de metas de inflação adotado pelo país
desde 1999 como balizador da política macroeconômica esteja
"sempre sujeito a aperfeiçoamentos", não considera necessárias
mudanças a médio prazo, inclusive nas metas para 2004 (5,5%) e
para 2005 (4,5%).
"Como todas as demais atividades do Banco Central, nós estamos sempre estudando aperfeiçoamentos [no regime de metas
de inflação]. Mas, tido isso, o regime de metas, tal qual é aplicado
hoje pelo Banco Central, é o que
melhor se ajusta às probabilidades de estabelecer um crescimento sustentado no Brasil, para este e
para o próximo ano", afirmou.
Centro da meta
Henrique Meirelles também
disse que o BC considera que a
forma mais correta para perseguir
a meta de inflação é mirar no seu
núcleo (a meta tem flexibilidade
de 2,5 pontos percentuais para
mais ou para menos).
"As condições técnicas indicam
que perseguir o centro da meta é o
melhor balanço de risco entre inflação e nível de atividade. É o que
o Banco Central tem feito", afirmou Meirelles.
De acordo com o presidente do
Banco Central, embora ainda estejam em um patamar elevado, os
juros no Brasil já são "os mais baixos dos últimos anos".
Para Meirelles, as taxas de juros
neste momento são "compatíveis
com as atuais previsões de crescimento" econômico.
O governo e parte dos analistas
avaliam que a economia brasileira
vá crescer 3,5% em 2004.
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