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China vira 3º importador mundial
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O comércio internacional da
China teve um crescimento sem
precedentes em 2003, com expansão recorde de 40% nas importações e aumento de 35% nas exportações. O país subiu três posições no ranking dos maiores importadores mundiais, para ocupar pela primeira vez o terceiro
lugar, atrás apenas dos Estados
Unidos e da Alemanha.
Os países asiáticos e os Estados
Unidos foram os principais responsáveis pela alta de 4,5% no comércio mundial em 2003, superior aos 3% esperados pela OMC
(Organização Mundial do Comércio), que ontem divulgou seu
relatório anual sobre o balanço
das importações e exportações
em todo o mundo.
As duas regiões já haviam sustentado a elevação de 2,5% no indicador em 2002, depois da retração de 1% no ano anterior. Há um
ano, a OMC avaliava que a epidemia da Sars (sigla em inglês para
síndrome respiratória aguda grave) na Ásia e a tensão no Oriente
Médio (a invasão do Iraque pela
coalizão liderada pelos Estados
Unidos) iriam inibir uma alta expressiva no comércio mundial.
A atividade econômica da China teve papel de destaque na performance de 2003. O relatório
afirma que o aumento das importações chinesas é inédito para um
país com comércio exterior de
proporções tão grandes -próximo a US$ 900 bilhões.
Estimuladas pela expansão de
9,1% do PIB, as compras chinesas
no exterior saltaram de US$ 295,2
bilhões, em 2002, para US$ 412,8
bilhões no ano passado, levando o
país do sexto para o terceiro lugar
no ranking dos maiores importadores mundiais.
Nas vendas externas, a China
passou do quinto para o quarto
lugar: as exportações aumentaram 35% em 2003, de US$ 325,6
bilhões para US$ 438,4 bilhões. A
Alemanha ultrapassou os Estados
Unidos para assumir a liderança
nessa categoria.
O peso do comércio exterior na
economia chinesa vem crescendo
de forma constante desde o início
da década de 80, quando o então
presidente Deng Xiaoping iniciou
o processo de reforma econômica
do país. Até aquela época, a soma
das importações e exportações
contribuía com menos de 20% do
PIB. O percentual cresceu de forma constante, até alcançar o recorde de 60% em 2003, apenas o
segundo ano completo do país
como membro da OMC.
Economista da organização,
Michael Finger disse que a "excelente" performance chinesa foi
em parte impulsionada por um
aumento de 45% nas exportações
de equipamentos eletrônicos e
ainda por uma expansão de 20%
em outro setor mais tradicional, o
têxtil e de vestuário.
Segundo a OMC, os países em
desenvolvimento, incluindo a
China, registraram aumento de
17% nas exportações.
Brasil
As vendas para a China tiveram
forte impacto na balança comercial brasileira em 2003, com crescimento de 80% nas exportações.
As vendas para o país asiático
atingiram US$ 4,5 bilhões, ou
6,2% do total, o que levou a China
ao terceiro lugar no ranking dos
principais compradores de produtos brasileiros, atrás dos Estados Unidos e da Argentina.
Durante grande parte do ano
passado, a China ocupou o segundo lugar, mas foi ultrapassada no
segundo semestre pela Argentina,
que comprou US$ 4,6 bilhões de
produtos brasileiros, o equivalente a 6,24% do total. Os norte-americanos ocuparam o primeiro lugar com vantagem: as exportações brasileiras para o país em
2003 somaram US$ 17,7 bilhões,
ou 22,84% do total.
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