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BANCOS
Juros e títulos públicos explicam resultado, 19,5% superior ao do 1º tri/02
Bradesco lucra R$ 508 mi no 1º tri
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro do Bradesco, maior
banco privado do país, atingiu R$
508 milhões no primeiro trimestre de 2003. O resultado superou
em 19,5% o alcançado no mesmo
período do ano anterior. Esse incremento pode ser explicado,
principalmente, pela elevação das
taxas de juros e pela recuperação
dos preços dos títulos públicos no
mercado financeiro.
A margem financeira do banco
-que contabiliza, dentre outros
itens, o quanto rendeu a carteira
de títulos públicos- subiu 45%,
atingindo R$ 3,4 bilhões.
"Em geral, o aumento da margem financeira foi o que mais
contribuiu positivamente para o
resultado do primeiro trimestre",
afirma Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
A carteira de títulos mobiliários
do Bradesco ficou mais rentável
por conta da elevação da taxa básica de juros, que passou de 25%
para 26,5% neste ano. Além disso,
os títulos públicos, cujos preços
haviam despencado quando o
mercado temia que o novo governo optasse por uma reestruturação de sua dívida no ano passado,
se recuperaram. Isso contribuiu
para a valorização da carteira de
títulos mobiliários do Bradesco.
Não fosse um grande aumento
de créditos provisionados contra
inadimplência e a amortização do
ágio de R$ 688 milhões pago pelo
Banco Mercantil de São Paulo, o
lucro do Bradesco teria sido ainda
maior. Por conta desses dois fatores, o resultado da instituição teve
queda de 27% em relação aos últimos três meses de 2002.
O aumento da provisão excedente -além da necessária- para créditos de recebimento duvidoso foi expressivo. Essas provisões extras saltaram de R$ 242 milhões, no primeiro trimestre de
2002, para R$ 803 milhões no
mesmo período deste ano. Segundo Cypriano, a medida foi "preventiva" em caso de incremento
da inadimplência, embora ela ainda não esteja aumentando.
Analistas dizem, no entanto,
que, além da preocupação com a
inadimplência, a elevação das
provisões pode estar sendo usada
pelos bancos como forma de reduzir seus resultados.
Para analistas, as instituições financeiras ainda temem que o governo petista tome alguma medida, como elevação de impostos,
que resulte em redução dos ganhos dos bancos. No passado, o
PT tinha posição bastante crítica
em relação aos resultados do setor
financeiro no país.
A carteira de crédito do Bradesco cresceu apenas 0,22% em relação ao primeiro trimestre de 2002,
o que reflete a baixa demanda por
empréstimos.
(ÉRICA FRAGA)
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