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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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BANCOS

Juros e títulos públicos explicam resultado, 19,5% superior ao do 1º tri/02

Bradesco lucra R$ 508 mi no 1º tri

DA REPORTAGEM LOCAL

O lucro do Bradesco, maior banco privado do país, atingiu R$ 508 milhões no primeiro trimestre de 2003. O resultado superou em 19,5% o alcançado no mesmo período do ano anterior. Esse incremento pode ser explicado, principalmente, pela elevação das taxas de juros e pela recuperação dos preços dos títulos públicos no mercado financeiro.
A margem financeira do banco -que contabiliza, dentre outros itens, o quanto rendeu a carteira de títulos públicos- subiu 45%, atingindo R$ 3,4 bilhões.
"Em geral, o aumento da margem financeira foi o que mais contribuiu positivamente para o resultado do primeiro trimestre", afirma Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
A carteira de títulos mobiliários do Bradesco ficou mais rentável por conta da elevação da taxa básica de juros, que passou de 25% para 26,5% neste ano. Além disso, os títulos públicos, cujos preços haviam despencado quando o mercado temia que o novo governo optasse por uma reestruturação de sua dívida no ano passado, se recuperaram. Isso contribuiu para a valorização da carteira de títulos mobiliários do Bradesco.
Não fosse um grande aumento de créditos provisionados contra inadimplência e a amortização do ágio de R$ 688 milhões pago pelo Banco Mercantil de São Paulo, o lucro do Bradesco teria sido ainda maior. Por conta desses dois fatores, o resultado da instituição teve queda de 27% em relação aos últimos três meses de 2002.
O aumento da provisão excedente -além da necessária- para créditos de recebimento duvidoso foi expressivo. Essas provisões extras saltaram de R$ 242 milhões, no primeiro trimestre de 2002, para R$ 803 milhões no mesmo período deste ano. Segundo Cypriano, a medida foi "preventiva" em caso de incremento da inadimplência, embora ela ainda não esteja aumentando.
Analistas dizem, no entanto, que, além da preocupação com a inadimplência, a elevação das provisões pode estar sendo usada pelos bancos como forma de reduzir seus resultados.
Para analistas, as instituições financeiras ainda temem que o governo petista tome alguma medida, como elevação de impostos, que resulte em redução dos ganhos dos bancos. No passado, o PT tinha posição bastante crítica em relação aos resultados do setor financeiro no país.
A carteira de crédito do Bradesco cresceu apenas 0,22% em relação ao primeiro trimestre de 2002, o que reflete a baixa demanda por empréstimos. (ÉRICA FRAGA)


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