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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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Mercado defende redução da dívida atrelada à moeda norte-americana

ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

É cada vez mais forte, no mercado, a defesa de que o governo deve começar a reduzir a parcela da sua dívida atrelada ao câmbio, que hoje representa 34,7% do total. Além de melhorar o perfil do endividamento público -diminuindo os riscos associados a choques externos- essa medida ajudaria a evitar que o real continue se apreciando. Pelo menos, no curto prazo.
Para Luis Fernando Lopes, economista-chefe do JP Morgan, há recursos de curto prazo que têm entrado no país em busca de ganhos com as operações de "swap" cambial oferecidas pelo governo:
"Se as rolagens de "swap" diminuíssem, esse fluxo também cairia. Isso não é intervenção, é uma forma de estabelecer um parâmetro para a flutuação da moeda."
John Welch, economista-chefe para a América Latina do WestLB em Nova York, concorda que, se o governo parar de renovar sua dívida em forma de "swaps" cambiais, não estará intervindo no mercado. Muito pelo contrário.
Para ele, a rolagem continuada dessas operações representa a continuação de uma intervenção iniciada pelo governo anterior, que tentou conter a desvalorização do real oferecendo esses "swaps" ao mercado em 2002.
"Emitir "swaps" em dólar é uma intervenção. Retirá-los do mercado é na verdade uma "não-intervenção". O governo precisa começar a reduzir essa dívida para melhorar seu perfil de endividamento", diz o economista.
Mas Welch afirma que, assim como as emissões de "swap" cambial não contribuíram muito para a queda do dólar no ano passado, sua suspensão agora também teria efeitos limitados sobre a apreciação da moeda no curto prazo.
"Esses swaps não são fluxo de capital. Portanto, seus efeitos são limitados", afirma Welch.


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