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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Chefe da missão do Fundo alerta que os juros devem cair apenas quando não houver problemas com os preços

Inflação ainda requer atenção, avalia o FMI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao Brasil, Jorge Márquez-Ruarte, disse ontem que a inflação no país ainda está alta e requer "atenção". Segundo ele, os juros no Brasil devem cair somente quando a inflação estiver mais baixa e não houver "problemas com as expectativas inflacionárias".
Ruarte ressaltou, no entanto, que o BC "está respondendo de forma apropriada [à alta das preços], que a inflação está baixando e que as expectativas inflacionárias também estão melhorando". O chefe da missão chegou ontem a Brasília para a terceira revisão do programa de ajuda financeira ao país, de US$ 30 bilhões.
À tarde, pouco depois de ter recebido os técnicos do FMI, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse que a relação do país com a instituição é muito "positiva" e que "provavelmente" o governo sacará a quarta parcela (cerca de US$ 9 bilhões) do empréstimo, prevista para ser liberada em junho. "Não há por que não fazer [sacar os recursos]", afirmou o ministro.
Ao todo, o Brasil já sacou US$ 10,1 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões em 2002, pelo governo FHC, e US$ 4,1 bilhões em março, na primeira revisão do programa durante o governo Lula. O acordo termina no final deste ano.
Na parte da manhã, após reunião com técnicos do BC, Ruarte disse que "a expectativa" para que o Fundo aprove a revisão do programa e libere os US$ 9 bilhões é "muito favorável". "A economia brasileira está em franca recuperação", completou.

Coragem e perícia
Ruarte disse ainda que o Fundo está apoiando "fortemente" o país e que o governo tem demonstrado "muita coragem, visão e perícia" de como levar adiante as reformas tributária e previdenciária. Para ele, as propostas de reformas do governo são adequadas.
Palocci disse que a equipe econômica e os técnicos da missão não estão "se prendendo" a "coisas de varejo", que estão tratando somente de grandes projetos. Segundo ele, o andamento das reformas será suficiente para que o Fundo "dê continuidade normal ao programa". Ou seja, aprove a revisão e libere a quarta parcela do empréstimo.
Sobre a possibilidade de que a forte apreciação do real nas últimas semanas prejudique a balança comercial brasileira, Ruarte disse que o câmbio não é uma coisa que preocupa o FMI. "O importante é que o produto total [a economia do país] suba."


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