|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANO DO DRAGÃO
Chefe da missão do Fundo alerta que os juros devem cair apenas quando não houver problemas com os preços
Inflação ainda requer atenção, avalia o FMI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao
Brasil, Jorge Márquez-Ruarte,
disse ontem que a inflação no país
ainda está alta e requer "atenção".
Segundo ele, os juros no Brasil devem cair somente quando a inflação estiver mais baixa e não houver "problemas com as expectativas inflacionárias".
Ruarte ressaltou, no entanto,
que o BC "está respondendo de
forma apropriada [à alta das preços], que a inflação está baixando
e que as expectativas inflacionárias também estão melhorando".
O chefe da missão chegou ontem
a Brasília para a terceira revisão
do programa de ajuda financeira
ao país, de US$ 30 bilhões.
À tarde, pouco depois de ter recebido os técnicos do FMI, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse que a relação do país
com a instituição é muito "positiva" e que "provavelmente" o governo sacará a quarta parcela
(cerca de US$ 9 bilhões) do empréstimo, prevista para ser liberada em junho. "Não há por que
não fazer [sacar os recursos]",
afirmou o ministro.
Ao todo, o Brasil já sacou US$
10,1 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões em 2002, pelo governo FHC,
e US$ 4,1 bilhões em março, na
primeira revisão do programa
durante o governo Lula. O acordo
termina no final deste ano.
Na parte da manhã, após reunião com técnicos do BC, Ruarte
disse que "a expectativa" para que
o Fundo aprove a revisão do programa e libere os US$ 9 bilhões é
"muito favorável". "A economia
brasileira está em franca recuperação", completou.
Coragem e perícia
Ruarte disse ainda que o Fundo
está apoiando "fortemente" o país
e que o governo tem demonstrado "muita coragem, visão e perícia" de como levar adiante as reformas tributária e previdenciária. Para ele, as propostas de reformas do governo são adequadas.
Palocci disse que a equipe econômica e os técnicos da missão
não estão "se prendendo" a "coisas de varejo", que estão tratando
somente de grandes projetos. Segundo ele, o andamento das reformas será suficiente para que o
Fundo "dê continuidade normal
ao programa". Ou seja, aprove a
revisão e libere a quarta parcela
do empréstimo.
Sobre a possibilidade de que a
forte apreciação do real nas últimas semanas prejudique a balança comercial brasileira, Ruarte
disse que o câmbio não é uma coisa que preocupa o FMI. "O importante é que o produto total [a
economia do país] suba."
Texto Anterior: Saia justa: Furlan reclama, e Lula muda "núcleo Gushiken"
Próximo Texto: Empresas "travam" câmbio para estancar perda Índice
|