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Presidente afirma que
governo está "sufocado"
DA ENVIADA ESPECIAL A RIO VERDE(GO)
Ao ser cobrado por investimentos em infra-estrutura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
disse, em Goiás, que o governo está "sufocado" pelo rombo das
contas públicas. "As prefeituras,
os Estados e a União não têm poder de fogo para induzir o crescimento da economia como ocorreu na década de 50 e de 70."
"O problema do Estado brasileiro é o problema do rombo das
contas públicas deste país, que está sufocando os Estados, os municípios, e sufoca também o governo federal." Em seguida, Lula afirmou que não adianta esperar que
o governo tenha dinheiro para investimentos. "Se depender das
prefeituras ou do governo do Estado, a gente não consegue fazer o
saneamento que o Brasil precisa."
Ele ressaltou que o governo reagiu às dificuldades, enviando ao
Congresso Nacional o projeto de
PPP (Parceria Público Privada)
-instrumento que regula os investimentos que a iniciativa privada fará em infra-estrutura.
"A Parceria Público-Privada é a
possibilidade de a gente construir
parte das estradas, das ferrovias,
das hidrovias que precisam ser
construídas no Brasil", disse.
Durante a inauguração da nova
fábrica da Comigo (Cooperativa
Mista dos Produtores Rurais do
Sudoeste Goiano), Lula ouviu cobranças -sempre entremeadas
por elogios- do governador de
Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
"Ficamos preocupados com o
porto de Paranaguá. Precisamos
de portos mais desembaraçados e
baratos", disse Perillo ao cobrar a
construção da Ferrovia Norte-Sul,
que, segundo ele, poderia ser uma
via de acesso ao porto de Itaqui,
no Maranhão. Perillo pediu ainda
políticas de crédito mais amplas e
conservação de estradas.
O presidente da Comigo, Antonio Chavaglia, seguiu a linha de
Perillo. "A sua vontade, presidente Lula, é que houvesse mais agilidade na geração de emprego e
renda. Nosso desejo é que sua
vontade estivesse presente nas
instituições de crédito." Chavaglia
prosseguiu: "Se carregarmos demais nos impostos do setor agrícola, será preocupante".
"Invenção"
Lula reagiu novamente às críticas quando discursou na fábrica
da Perdigão. Reafirmando as diretrizes da atual política econômica, ele classificou o Plano Real de
"invenção" (veja texto ao lado) e
disse que os juros básicos são os
mais baixos dos últimos dez anos.
A atual política econômica é vista
por muitos como continuidade
do Plano Real, criado em 1994 pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, no governo de Itamar Franco (92-94).
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