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COMÉRCIO
Punições variaram de R$ 400 a R$ 4.000 e 205 estabelecimentos foram fechados no sábado; lojistas protestam
405 lojas levam multa por abrir no feriado
DA REPORTAGEM LOCAL
A DRT (Delegacia Regional do
Trabalho) de São Paulo multou
405 lojas da capital e fechou outras 205 no dia 1º de maio durante
fiscalização feita no feriado.
A ação gerou protesto de comerciantes, que, em comunicado
divulgado ontem, criticaram a decisão dos fiscais de fechar as lojas
no último sábado. "Dezenas de
lojistas foram obrigados a fechar
suas lojas, sendo autuados numa
pressão nunca vista, constrangendo o atendimento ao consumidor,
que é a razão de ser do varejo."
A Folha apurou que, na próxima semana, uma reunião entre
seis grandes redes varejistas e representantes dos empregados vai
discutir o assunto. O Sindicato
dos Empregados do Comércio de
São Paulo quer que Pão de Açúcar, Carrefour, Wal-Mart, Casas
Bahia, Marabraz e Leroy Merlin
paguem R$ 28 por funcionário
por terem aberto suas portas no
último feriado -como prevê a
convenção coletiva da categoria.
Se não houver acordo, o sindicato
deve ir à Justiça.
Aviso prévio
A DRT informou que avisou os
lojistas, durante uma reunião feita
três dias antes do sábado, que haveria fiscalização no feriado. "Os
lojistas estavam cientes, não acreditaram e pagaram para ver", disse Mauro José Correia, delegado-substituto da DRT de São Paulo.
Ele informou que o artigo 70 da
CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho) determina que, durante feriados, só é permitida a abertura de comércio de primeira necessidade e locais onde o trabalho
tem de ser ininterrupto.
"Ficou acertado [na reunião na
DRT] que poderíamos funcionar,
mas sem os trabalhadores. Isso
inviabiliza a operação", disse Romeu de Camargo, assessor jurídico da Fecomercio, que reúne sindicatos patronais de São Paulo.
Para a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), os
fiscais fizeram "terrorismo". Nabil Sahyoun, presidente da entidade, informou que nunca houve
uma fiscalização tão agressiva e
por isso foi feito o manifesto.
Segundo Ricardo Patah, presidente do sindicato dos comerciários, houve um acordo com o sindicato dos lojistas para que os empregados trabalhassem na Sexta-Feira Santa e em Tiradentes e folgassem no 1º de Maio.
"Com os pequenos lojistas houve acordo, mas entre os grandes
houve abuso. Gastaram mais de
R$ 400 mil com esse manifesto."
De acordo com a DRT, 80 auditores fiscalizaram 706 lojas da capital -80% delas em shopping
centers. As multas aplicadas variaram de R$ 400 a R$ 4.000.
(CLAUDIA ROLLI E ADRIANA MATTOS)
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