HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A manutenção do atual grupo de poder no governo terá como resultado aumentos maiores de tarifa de energia elétrica. Caso a vitória nas eleições de outubro seja de um grupo de oposição, os aumentos serão menores. A conclusão é de trabalho apresentado ontem pelo CCPE (Comitê Coordenador do Planejamento da Expansão dos Sistemas Elétricos), ligado ao Ministério de Minas e Energia.
O maior aumento do preço da energia aconteceria com a vitória política de uma linha "liberal" -10% acima da inflação, por ano, em 2002 e 2003. Uma linha "desenvolvimentista" levaria a reajustes acima de inflação de 7% ao ano até 2003.
Os reajustes menores são previstos numa eventual vitória de grupo voltado para "política social" -basicamente a oposição ao governo. Nesse caso, os aumentos acima da inflação seriam de 7% em 2002 (herança do atual governo) e 3% em 2003.
As projeções foram feitas pela consultoria Macroplan, a pedido do CCPE, e expostas ontem em seminário no Ministério de Minas e Energia.

Termelétricas
De acordo com o relatório "Mapeamento das Incertezas e Construção dos Cenários do Mercado de Energia Elétrica", os aumentos reais de 10% ao ano previstos para um governo "liberal" aconteceriam para cobrir custos de geração termelétrica (mais cara), aumentar a receita das distribuidoras e atrair novos investimentos. Já um governo de "política social" tenderia a "segurar" tarifas.
O relatório não cita os nomes de candidatos à Presidência da República. A Folha apurou que o pré-candidato José Serra (PSDB) estaria mais ligado à linha "desenvolvimentista" (reajuste real de 7% ao ano).
A linha "liberal" seria a candidatura própria do PFL (quando o relatório foi feito Roseana Sarney não havia desistido). Os cenários "política social" seriam para governos do PT.



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