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TRABALHO
Para centrais, TST e Ministério Público, medida do governo é tímida porque não inclui punições a conciliadores
TST defende o fim das comissões de conciliação prévia
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TST (Tribunal Superior do
Trabalho) e o Ministério Público
do Trabalho defenderam a extinção das CCPs (comissões de conciliação prévia) caso as irregularidades nelas verificadas perdurem.
Ontem, o ministro do Trabalho,
Paulo Jobim, assinou portaria
com medidas para tentar coibir
práticas ilegais nas comissões.
Conforme antecipou a Folha, as
comissões passarão a informar
sua fonte de custeio ao governo e
a cobrança indevida de taxas será
levada ao Ministério Público do
Trabalho.
A portaria foi considerada uma
iniciativa tímida do governo, na
avaliação de centrais sindicais, do
TST e do Ministério Público do
Trabalho. Isso porque não inclui
punições para os conciliadores
envolvidos em irregularidades.
No mês passado, a Folha publicou casos de comissões em que
são cobradas altas taxas sobre o
resultado das conciliações.
"As comissões são uma excelente idéia, desde que funcionem
com absoluta regularidade. Se a
portaria não criar maneiras de reprimir, for só pedagógica, não vai
funcionar. É melhor pedir o fechamento das comissões", afirmou Francisco Fausto, presidente
do TST.
Para a procuradora-geral do
Trabalho interina, Maria de Fátima Lourenço, se as comissões não
atuam de forma regular, seria
"mais prudente" extingui-las.
O presidente da SDS (Social Democracia Sindical), Enilson Simões, o Alemão, avalia que a portaria deveria tipificar as irregularidades. "O Ministério Público Federal deveria formalizar queixas-crimes sobre essas ilegalidades.
Não é possível depender 100% da
ética dos conciliadores", afirmou
Alemão.
Propostas
O ministro Paulo Jobim (Trabalho) não quis polemizar em torno
das críticas feitas à portaria. Ele
estabeleceu um prazo de 30 dias
para que o grupo formado ontem
para aprimorar o funcionamento
das comissões conclua um conjunto de propostas de melhorias.
O grupo é formado pelas centrais sindicais -exceto a CUT
(Central Única dos Trabalhadores)-, as confederações patronais, o TST, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do
Trabalho.
"Com a portaria e esse grupo, estamos criando mecanismos de
auto-regulamentação. As comissões foram sendo criadas de forma descoordenada. Vamos definir um padrão de conduta", disse Jobim.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,
relatou que existem casos de comissões irregulares em sindicatos
ligados à central. "Agora, ganhamos legitimidade para denunciar
acordos irregulares", comentou.
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