São Paulo, quinta-feira, 06 de junho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Ação do BC, com a troca de "swap" de câmbio de prazo mais curto, segurou a moeda dos EUA

Dólar ameaça disparar, mas perde fôlego

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central conseguiu diminuir o nervosismo registrado na abertura do mercado de câmbio ontem. Após bater em R$ 2,628, alta de 1,2%, o dólar recuou à tarde para encerrar vendido a R$ 2,609, com elevação de 0,46%.
A nova troca de "swap" de câmbio feita pela autoridade monetária pela tarde foi fundamental para acalmar os ânimos. O aumento de oferta de moeda com o maior volume de dólares oferecidos pelos exportadores também ajudou a conter o que parecia ser mais um dia de disparada da moeda norte-americana. O valor de venda da moeda dos EUA no fechamento do mercado, ontem, foi o maior desde o início de novembro do ano passado.
O governo trocou "swap" de câmbio com prazo de vencimento em janeiro de 2004, que estava na mão das instituições financeiras, por contratos similares com prazos mais curtos, em janeiro de 2003. A demanda pelos papéis com vencimento no início do próximo ano foi de R$ 2,6 bilhões.
O excesso de liquidez no mercado foi um dos fatores que impulsionaram a escalada do dólar nesta semana, segundo analistas. Com mais recursos em carteira devido ao aumento da aversão aos títulos públicos, as instituições aumentaram a procura por dólares. Na semana, a alta acumulada é de 3,7%.
A queda no valor do real diante do dólar também reflete o aumento do risco-país. Ontem o risco-país, medido pelo JP Morgan, ultrapassou a barreira dos 1.100 pontos. Com alta de 5%, o risco-país fechou em 1.127 pontos, o maior nível desde novembro do ano passado. Os C-Bonds, principais títulos da dívida do Brasil no exterior, recuaram 2,4%.
"A abertura dos negócios foi embalada pelo nervosismo de ontem [terça". A ação do BC foi fundamental para melhorar o mercado" diz Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator.
No segmento de juros, nos contratos negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros, a oscilação das taxas seguiu o ritmo do mercado de câmbio. As projeções de juros subiram no início dos negócios para se acalmarem no fim do dia. O contrato de prazo mais curto fechou com taxa de 17,76% ao ano, um pouco abaixo dos 17,82% anuais registrados na terça. A Bovespa fechou praticamente estável, com pequena queda de 0,08%.(FABRICIO VIEIRA)


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