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TELECOMUNICAÇÕES 1
Gil defende decisão sobre a
TV digital só após as eleições
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu ontem o
adiamento da escolha da tecnologia de televisão digital
para depois das eleições, para evitar que influencie na
decisão do governo.
"A questão eleitoral é crítica em relação às comunicações. Os interesses envolvidos, tanto dos proprietários
como da sociedade, são tão
grandes que a comunicação
num ano eleitoral pode ter
papel pressionador sobre as
formas de ver, sobre as formas de analisar e de decidir."
Gil participou de debate na
sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), ao qual
não compareceu o representante da Abert (Associação
Brasileira das Emissoras de
Rádio e Televisão), Evandro
Guimarães, vice-presidente
de relações institucionais da
Globo, conforme anunciado.
Sem a presença dos radiodifusores, defensores do padrão japonês, Gil expôs com
tranqüilidade suas posições
divergentes. Disse que os sistemas de televisão digital
que estão em debate -japonês (ISDB), europeu (DVB) e
norte-americano (ATSC)-
têm pouca diferença do ponto de vista tecnológico, e defendeu a realização de um
grande debate público sobre
aspectos que não estão em
evidência, como o uso de
parte do espectro de radiofreqüência para a transmissão de canais universitários,
canais comunitários e outros
de interesse público.
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