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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Investidor na Bovespa deve começar a ter cautela, diz banco
Apesar do resultado positivo
da Bovespa ontem, que fechou
com alta de 3,69%, todo cuidado é pouco para os investidores
na Bolsa, segundo relatório do
Santander. O ciclo econômico
atual pode ser desfavorável às
ações, com uma eventual estagnação das ações e tendência de
alta da inflação.
De acordo com Marcelo Audi, estrategista de ações no Brasil do Santander, a economia
brasileira pode ter atingido o
ápice do seu crescimento no
primeiro trimestre deste ano e,
a partir de agora, deve começar
a se desacelerar.
"Não vemos tendência de alta nos próximos meses no mercado brasileiro", diz Audi, que
prevê que a Bolsa oscile em torno de 70 mil pontos.
O especialista avalia, por outro lado, que o grau de investimento concedido ao Brasil deva trazer benefício para as empresas de menor porte, que terão mais oportunidade de fazer
a captação de dívidas no mercado internacional com a melhora da classificação do país.
As grandes empresas, segundo ele, já sentem na prática os
efeitos do selo de bom pagador.
Das ações que compõem o Ibovespa, 59% já têm o grau de investimento. Outros efeitos da
melhora na classificação, de
acordo com o relatório, devem
vir só a médio e longo prazos.
Segundo o estrategista, as desacelerações das vendas no varejo, na produção da indústria e
no consumo aparente de bens
de capital registradas em março podem ser um sinal de que
"o melhor já passou".
Em abril e maio, a Bolsa subiu 19%. De acordo com o Santander, a forte alta foi causada,
principalmente, pela melhora
de percepção sobre a crise nos
Estados Unidos, pelo preço do
petróleo -que fez com que as
ações da Petrobras, com grande
peso na Bovespa, valorizassem-se- e pelos efeitos do segundo
grau de investimento concedido ao Brasil.
Audi recomenda cautela aos
investidores, que, segundo ele,
devem evitar grande exposição
a riscos com investimentos em
setores cíclicos. Por outro lado,
recomenda investimentos em
setores mais defensivos -ele
cita como exemplos o elétrico,
o de saúde e o de transportes.
Segundo a análise, o pano de
fundo para a piora do cenário
econômico do Brasil e do mundo é a pressão exercida pela inflação. "No Brasil, [a pressão inflacionária] exige juros mais altos, o que vai levar, cedo ou tarde, a uma desaceleração do
crescimento econômico."
NO LABORATÓRIO
A Bureau Veritas, especializada em verificação de conformidade de qualidade, saúde, segurança, ambiente e responsabilidade social, acaba de comprar o laboratório de análises
tecnológicas Analytical Solutions. Com sede no Rio, a Analytical Solutions tem também unidades em São Paulo, Belo Horizonte e Natal. Para Antonio Pecly, diretor de novos negócios da Bureau Veritas, com a aquisição, a empresa amplia os serviços em biocombustíveis, mineração, óleo e gás, ambiente e alimentos e quer aumentar em 15% o faturamento no Brasil -que hoje é R$ 200 milhões. A empresa, cujos investimentos no ano totalizam R$ 60 milhões, também está
desenvolvendo laboratórios em Minas, SP e Espírito Santo.
MULTIPLICAÇÃO
A rede de fast food Seletti, focada em alimentação
saudável, investe R$ 3 milhões para abrir seis lojas até
o fim do ano. A casa tem três unidades em São Paulo.
Em 2009, a primeira loja fora da cidade será inaugurada no Rio. A meta é abrir, a partir de 2010, dez unidades por ano, até chegar a cem restaurantes. "Queremos
que cerca de 80% das novas unidades sejam próprias",
diz Luis Felipe Campos, proprietário da rede.
COZINHA:
BANCO POPULAR E NEOENERGIA SUBSIDIAM GELADEIRA
Marcelo Corrêa, presidente do grupo Neoenergia, e
Robson Rocha, diretor de
menor renda do Banco do
Brasil e presidente do Banco
do Popular, fecham parceria,
no dia 16, para oferecer venda subsidiada de geladeiras
econômicas para clientes de
baixa renda. Os beneficiados
serão consumidores com
contas de consumo de até 80
megawatts-hora por mês.
Eles pagarão 40% do valor
do eletrodoméstico e poderão financiá-lo em 24 meses.
Os 60% restantes serão assumidos pelas distribuidoras
do grupo Neoenergia -Celpe
(PE), Coelba (BA) e Cosern
(RN). Edison Lobão (Minas e
Energia) e o presidente do
Banco do Brasil, Antonio
Francisco de Lima Neto,
participam do evento em
que será feita a assinatura.
MÃO-DE-OBRA
Revirando depósitos de aviamentos no Bom Retiro, o arquiteto Clevio Rabelo teve uma idéia; com carretéis de linha encalhados nos estoques do bairro, criou uma luminária politicamente correta; batizou-a de Bolívia, para "chamar a atenção para a situação dos imigrantes semi-escravos que ali trabalham"
LUZ DO SOL
Mais de 1 milhão de óculos
piratas apreendidos pela Receita Federal foram reciclados em abril e maio, em uma
ação coordenada pela Abiótica (associação de produtos
e ópticos), o Imeppi (Instituto Meirelles de Proteção à
Propriedade Intelectual) e a
Paco Comércio de Recicláveis. O recurso arrecadado
com a venda do material triturado será destinado à Cooperativa de São Vicente, que
participou da reciclagem.
Hoje, os óculos estão em terceiro no ranking de produtos piratas mais comercializados no Brasil, atrás de CDs e DVDs ilegais.
PRÊMIO
A revista "Conjuntura
Econômica", editada pelo
Ibre da FGV, vai promover,
no dia 18, em São Paulo, o
prêmio "Os Melhores e
Maiores Conglomerados Financeiros do Brasil". Fator,
Votorantim, BBM, UBS Pactual e Barclays são finalistas
na categoria "Atacado e Negócios". Ford, Bonsucesso,
BMG, CNH Capital e Matone disputam em "Financiamento". Os cinco melhores
em "Varejo" são Santander,
Itaú, ABN Amro Bank, Bradesco e Unibanco. Na categoria "Público", estão BEP,
Banrisul, Banco do Brasil,
Banestes e Banese.
NO FUNDO
A BNP Paribas Asset Management Brasil lançou seu
primeiro fundo para clientes
do Itaú Personnalité, o FIC
BNPP Hedge. Hoje, o gestor
tem R$ 4 bilhões de seus
fundos distribuídos em nove
dos dez maiores bancos brasileiros. Cresce no Brasil o
interesse dos bancos em oferecer aos seus clientes fundos de outras instituições.
VERDE
A Natura fechou ontem os
primeiros resultados do
programa "Carbono Neutro". Em 2007, reduziu em
7% suas emissões de CO2 sobre 2006, mesmo tendo aumentado 10,3% a produção
ante o ano anterior. A empresa abriu edital para escolher parceiros em projetos
de neutralização, que serão
financiados em 2009.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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