São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2000


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Micros não sentiram queda do juro, diz Couri

DA REPORTAGEM LOCAL

Joseph Couri, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo), diz que os juros cobrados pelos bancos das pequenas empresas não caíram apesar da queda da taxa básica da economia, de 18,5% para 17,5% ao ano.
As micro e pequenas empresas, segundo Couri, pagam para os bancos juros que variam de 3,1% a 3,3% ao mês, em média. Para as médias e grandes, diz, os juros são da ordem de 2% ao mês nas mesmas instituições financeiras.
"A dificuldade para ter acesso a crédito barato leva à obsolescência de muitas empresas", afirma Couri. "Se as micro e pequenas se modernizam, elas têm mais chances de exportar e de ajudar a balança comercial brasileira."
Segundo ele, 54% das exportações dos Estados Unidos são feitas por empresas que têm até 19 empregados e 64% das exportações italianas são representadas por empresas com até 14 funcionários. "No Brasil, a participação do nosso setor no total das vendas externas não chega a 3%."
Uma pesquisa feita pelo Simpi mostra que os altos juros e a dificuldade para ter acesso a crédito estão entre os principais problemas enfrentados pelo setor. Outros são: elevada carga tributária, vendas e custo da matéria-prima.
"Nos sentimos como o recheio de um sanduíche. Os fornecedores de matérias-primas estão subindo os preços, de 10% a 15% nos últimos 15 dias. Só que os clientes das empresas não aceitam qualquer repasse para os preços."
Couri diz que a dificuldade para obter crédito barato e os aumentos de custos estão contribuindo para descapitalizar as empresas.
Pela pesquisa do Simpi, em maio, 71% das empresas estavam com dificuldade para receber dos clientes. Esse dinheiro em atraso significa 8,2% do faturamento. Mas esse percentual já foi maior. Chegou a 10,9% em janeiro.
Outros indicadores favoráveis para o setor: o uso da capacidade instalada das fábricas subiu de 61,3%, em abril, para 62% em maio; os pedidos em carteira aumentaram 1,3%; o faturamento cresceu 4,3% e o emprego aumentou 1,2%, no período. (FF)



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