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O POUSO DA ÁGUIA
Queda na expansão do maior setor da economia local aumenta temor de que país caia em nova recessão
Setor de serviços dos EUA reduz ritmo de alta
DA REDAÇÃO
O setor de serviços, o maior da
economia norte-americana, reduziu seu ritmo de expansão no
mês passado, reforçando o medo
de que o país caia em uma nova
recessão. As Bolsas voltaram a
cair de maneira acentuada e ficaram perto de atingir os menores
níveis dos últimos cinco anos.
"O foco deixou de ser as fraudes
corporativas e passou a ser a atividade econômica", afirmou Patrick Boyle, do Crédit Suisse First
Boston. "Temos números não lá
muito bons e as ações de empresas tecnológicas continuam a ser
uma âncora enrolada no pescoço
do mercado."
De acordo com o ISM (Instituto
de Gerenciamento de Fornecimento, na sigla em inglês), o índice de atividade das empresas de
serviços recuou para 53,1 pontos
em julho. Em junho, o indicador
ficara em 57,2 pontos, e em maio
tinha sido de 60,1 pontos.
Pânico renovado
Julho foi o sexto mês consecutivo de crescimento do setor. Pelos
critérios do ISM, leituras acima de
50 pontos assinalam expansão, e
abaixo, contração.
O índice Dow Jones recuou
3,24% ontem. Perdeu 270 pontos
e fechou em 8.044 pontos, muito
perto de cair novamente abaixo
da "barreira do pânico" dos 8.000
pontos. A Bolsa tecnológica Nasdaq caiu 3,63%. O índice mais
amplo Standard & Poor's 500 cedeu 3,43%.
Os analistas já imaginavam que
haveria uma queda na atividade
do setor de serviços, mas esperavam que o índice do ISM ficasse
em torno de 55 pontos. Na semana passada, o ISM já havia revelado que a indústria permaneceu
praticamente estagnada em julho.
Na semana passada, uma série
de números e indicadores negativos acabou com a euforia ensaiada pelas Bolsas na duas semanas
anteriores. Houve uma acentuada
queda na confiança do consumidor, a locomotiva da economia
norte-americana, e o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu
a uma taxa anualizada de apenas
1,1% no segundo trimestre.
"Não há nenhum sinal de estímulo, a tendência continua de
queda", disse Larry Wachtel, da
corretora Prudential Securities.
Aposta em juro menor
A debilidade econômica e o colapso nos preços das Bolsas está
provocando uma fuga do mercado acionário. Os norte-americanos procuram investimentos mais seguros, como os títulos do
Tesouro. Cresce também a expectativa de que o Federal Reserve
(banco central dos EUA) faça um
novo corte na taxa de juros para
que o consumo permaneça elevado e compense a retração nos investimentos.
Hoje o juro do Federal Reserve
está em 1,75% ao ano, a menor taxa desde a década de 60. A aposta
em uma nova redução e o aumento na procura pelos papéis do Tesouro derrubaram os rendimentos de tais títulos.
Os papéis com vencimento para dois anos eram negociados ontem com rendimentos de 1,90% ao ano, a menor taxa de retorno desde que o papel foi lançado, em
1972. Os títulos de cinco anos ofereciam rendimentos de 3,11%, novo recorde dos últimos 40 anos.
A crise brasileira, junto com o recrudescimento da violência no
Oriente Médio, também anda afetando o humor de Wall Street. Para os investidores, aumenta o clima de insegurança a possibilidade de uma guerra dos EUA contra o Iraque, o que poderia desestabilizar ainda mais a retomada.
Com agências internacionais
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