São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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Reunião do Fed dá o tom do mercado nesta semana

Após turbulências, mercado espera que juro seja mantido

DA REPORTAGEM LOCAL

A reunião periódica do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), marcada para amanhã, é o evento de maior relevância para o mercado financeiro global nesta semana de agenda relativamente fraca.
Os juros básicos dos Estados Unidos, que servem de referência para as taxas praticadas no mercado internacional, estão em 5,25% anuais. A expectativa de analistas e investidores é que a taxa seja mantida nesse patamar. Qualquer resultado diferente desse irá incomodar os investidores.
Depois desse encontro, haverá ainda três reuniões do Fed até o fim do ano, a última ocorrendo em 11 de dezembro.
Há poucos meses, o mercado discutia quando o BC dos EUA iniciaria um novo ciclo de redução da taxa básica. Agora, após as últimas turbulências relacionadas ao mercado imobiliário norte-americano, que sacudiram o mercado global, trabalha-se com a hipótese de os juros básicos dos EUA não serem alterados até o fim de 2007.

Mercado imobiliário
O desempenho do setor de crédito habitacional norte-americano tem sido o principal ponto de preocupação dos investidores. Uma crise que se iniciou há alguns meses no segmento chamado de "subprime" (crédito dirigido a pessoas com histórico ruim de pagamento) começou a dar sinais de que pode se espalhar por outros setores da economia. E a possibilidade de contágio é tudo o que os investidores mais temem.
Amanhã haverá a divulgação de dados apurados pela MBA (Mortgage Bankers Association, associação americana de bancos especializados em hipotecas), que podem trazer novidades sobre a saúde do mercado imobiliário dos Estados Unidos, que tanto tem preocupado os investidores.
No mesmo dia, números do segmento de crédito ao consumidor americano devem ser divulgados e estarão na mira de investidores e analistas.

Eventos nacionais
No Brasil, a agenda econômica dos próximos dias também é fraca em novidades.
O dado mais importante a ser conhecido na semana é o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, computado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que será divulgado na quarta-feira.
A projeção do mercado aponta que a taxa de inflação do mês passado fique em 0,24%. Em junho, o IPCA marcou alta de 0,28%. No primeiro semestre, a alta acumulada foi de 2,08%.
O IPCA é o índice utilizado pelo Banco Central para monitorar a meta oficial de inflação, que para este ano é de 4,5%.
Segundo a última pesquisa feita pelo BC com cem instituições financeiras, a projeção dos analistas é a de que o IPCA acumule alta de 3,72% em 2007, ou seja, abaixo da meta oficial.
Se a meta de inflação é cumprida com folga, significa que há espaço para os juros básicos da economia, que estão atualmente em 11,5% anuais, seguirem em queda. O mercado projeta uma Selic, taxa básica, de 10,75% no fim de 2007.
Para a continuidade da queda das taxas de juros, é necessário que os dados de inflação permaneçam comportados.
Quando os indicadores de inflação apontam elevação que coloca em risco a meta estabelecida pelo governo, o Copom (Comitê de Política Monetária) eleva a taxa Selic, como forma de desestimular o consumo de deter a escalada dos preços.
Outro dado de inflação que será divulgado é o IGP-DI, apurado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O indicador vai ser conhecido amanhã.


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