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EM TRANSE
Cotação passou de US$ 29 em NY; setor de serviços emperra nos EUA
Petróleo dispara com medo de guerra e estoques baixos
DA REDAÇÃO
Uma inesperada queda nas reservas norte-americanas e a expectativa de que o presidente George W. Bush lance uma ofensiva militar contra o Iraque fizeram as cotações do petróleo disparar ontem nos mercados internacionais. O preço do barril chegou a passar de US$ 29.
Segundo balanços divulgados pelo governo norte-americano, as reservas de petróleo cru e de óleo combustível caíram abaixo dos níveis considerados normais para
esta época do ano. A explosão de
um carro-bomba no Afeganistão
colaborou para o aumento da tensão no mercado ontem.
Na Bolsa Mercantil de Nova
York, o barril subiu 2,5% e fechou
cotado a US$ 28,98, depois de ter
atingido US$ 29,02. Em Londres,
o óleo do tipo brent ganhou 2,1%
e foi a US$ 27,66.
Segundo o analista Paul Horsnell, do JP Morgan, a demanda
tem crescido, mas a Opep (Organização dos Países Exportadores
de Petróleo) reluta em ampliar a
oferta. "Há um risco crescente de
que a Opep não amplie a produção de maneira suficiente no
quarto trimestre deste ano, o que
pressiona os preços", afirmou.
Cotações elevadas por um período prolongado afetam o crescimento econômico. Petróleo caro
aumenta os custos das empresas e
pesa no bolso do consumidor.
EUA com o pé no freio
O setor de serviços dos EUA,
responsável por 80% da economia norte-americana, cresceu no
mês passado no menor ritmo desde janeiro. Como a atividade na
indústria, dona de um sexto do
PIB (Produto Interno Bruto) do
país, derrapa há dois meses, os
norte-americanos entraram em
estagnação no mês passado.
Segundo o ISM (Instituto de Gerenciamento de Fornecimento,
na sigla em inglês), o índice de atividade do setor de serviços caiu
de 53,1 pontos para 50,9 pontos.
Nos últimos dois meses, o índice
industrial ficou em 50,5 pontos.
Leituras acima de 50 pontos indicam contração, e abaixo, retração na atividade. Segundo análise
do Bank of America, os números
evidenciam que "houve uma freada na economia".
Hoje será divulgada a taxa de
desemprego nos EUA para o mês
de agosto, e a expectativa é que
possa ter ocorrido um salto. Em
julho, o índice ficou em 5,9%. O
número semanal de pedidos de
seguro-desemprego voltou a ficar
acima de 400 mil, nível que denota deterioração no mercado de
trabalho, segundo analistas.
Mais investigações
O Congresso norte-americano vai ampliar suas investigações sobre a atuação de bancos de investimentos de Wall Street.
Os congressistas investigarão supostos conflitos de interesse envolvendo executivos do Goldman Sachs e do Crédit Suisse First Boston. Já estavam sob suspeita o Merrill Lynch e o Salomon Smith Barney.
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