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Petrobras pode ficar livre de aperto fiscal
DA SUCURSAL DO RIO
DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
O presidente da Petrobras,
Francisco Gros, afirmou ontem
que o governo pretende retirar
as despesas da estatal com investimentos do acordo de superávit primário acertado com
o FMI (Fundo Monetário Internacional).
"A lógica de todas as conversas do governo com o FMI são
no sentido de excluir os investimentos da Petrobras do limite,
dos compromissos assumidos,
em termos de superávit primário", disse.
O governo aumentou anteontem a meta de superávit
primário (receitas menos despesas, excluído o pagamento
de juros) de 3,75% para 3,88%
do PIB.
Incluídos na meta, os investimentos da Petrobras poderiam
sofrer com essa elevação. Esse
critério também reduz a margem de manobra da estatal, que
pode ter de adiar projetos a cada vez que o governo amplia o
aperto fiscal.
A visão da empresa estatal é
que, para crescer internacionalmente, não pode ter esse tipo de amarra.
Segundo Gros, é o Ministério
da Fazenda que está negociando com o Fundo a retirada dos
gastos da estatal do acordo
com o FMI.
Independência
Ao justificar a proposta de
mudança, Gros afirmou que a
Petrobras é independente das
contas do Tesouro: "Não há lógica de incluí-la [a estatal" nas
limitações do Orçamento público".
"Ela [a Petrobras" não depende de recursos públicos para
tocar os seus negócios. Essa é a
lógica [da negociação do governo com o FMI"", afirmou
Gros.
Apesar de defender a alteração do acordo, Gros afirmou
que não está tratando diretamente com o Fundo. Disse que
o papel da estatal foi apenas o
de prestar informações ao FMI
sobre a independência da Petrobras em relação ao Tesouro.
Questionado se haveria, como ocorre com as contas do
governo, um acompanhamento trimestral dos números da
estatal pelo FMI, Gros respondeu: "Que eu saiba não, mas essa pergunta tem de ser feita no Ministério da Fazenda".
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