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SISTEMA FINANCEIRO
Bancos querem explorar credibilidade e receio de juro alto para alcançar liderança no setor em até 3 anos
Bradesco e Itaú entram no mercado de consórcios
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor de consórcios vai ganhar
dois participantes pesos pesados:
o Bradesco e o Itaú. A intenção do
Bradesco é se tornar líder no ramo em dois anos; a do Itaú, estar
entre os maiores em três anos.
O Itaú entra no mercado no dia
7 de outubro, inicialmente só no
segmento de veículos leves, novos
e nacionais, com valor entre R$ 14
mil e R$ 45 mil.
Segundo Heli de Andrade, diretor-responsável pelo lançamento
do Consórcio Itaú, uma pesquisa
realizada pela instituição detectou
que o mercado de consórcios tem
um potencial alto a ser explorado.
Além disso, complementa a sua linha de produtos para aquisição
de veículos, ao lado do financiamento e do leasing.
A pesquisa mostrou que há
clientes para consórcios em todas
as classes sociais. Há um público
que gosta do produto, mas não
confia nas empresas. E existe ainda os que não têm condições de
comprar um carro à vista, mas
que não entram em financiamento com receio da taxa de juros.
"É um produto que depende da
credibilidade e da solidez da empresa, por isso estamos confiantes
de que nos tornaremos um dos líderes do setor", diz Andrade.
Dependendo dos resultados
com veículos, o Itaú abrirá ainda
neste ano grupos para motos, veículos comerciais e imóveis.
O projeto do Bradesco ainda
não foi divulgado em detalhes.
Mas, até outubro, a instituição deverá lançar consórcios de veículos
(todos os tipos) e imóveis.
"Com o poder de penetração
desses bancos, o setor se tornará
mais conhecido e o volume de negócios deverá crescer", diz Consuelo Amorim, presidente da
Abac (Associação Brasileira das
Administradoras de Consórcios).
Ela não nega, no entanto, que
entre os empresários exista a
preocupação de que o negócio
não venha a se concentrar em
poucas empresas.
Com a retração econômica, o
setor já vem passando por um
processo de concentração e de redução de margens de lucro. "Já tivemos 500 administradoras. Hoje, ativas, devem existir cerca de
300", afirma Consuelo. Além disso, na esteira do Bradesco e do
Itaú, outros bancos devem entrar
na área.
Em 2001, o volume de negócios no setor de consórcios foi de R$
11,5 bilhões. Para este ano, a expectativa é um aumento de 10%.
O segmento de imóveis é o que mais tem crescido, e o de motos, o
que tem mais participantes.
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