São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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SISTEMA FINANCEIRO

Bancos querem explorar credibilidade e receio de juro alto para alcançar liderança no setor em até 3 anos

Bradesco e Itaú entram no mercado de consórcios

ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de consórcios vai ganhar dois participantes pesos pesados: o Bradesco e o Itaú. A intenção do Bradesco é se tornar líder no ramo em dois anos; a do Itaú, estar entre os maiores em três anos.
O Itaú entra no mercado no dia 7 de outubro, inicialmente só no segmento de veículos leves, novos e nacionais, com valor entre R$ 14 mil e R$ 45 mil.
Segundo Heli de Andrade, diretor-responsável pelo lançamento do Consórcio Itaú, uma pesquisa realizada pela instituição detectou que o mercado de consórcios tem um potencial alto a ser explorado. Além disso, complementa a sua linha de produtos para aquisição de veículos, ao lado do financiamento e do leasing.
A pesquisa mostrou que há clientes para consórcios em todas as classes sociais. Há um público que gosta do produto, mas não confia nas empresas. E existe ainda os que não têm condições de comprar um carro à vista, mas que não entram em financiamento com receio da taxa de juros.
"É um produto que depende da credibilidade e da solidez da empresa, por isso estamos confiantes de que nos tornaremos um dos líderes do setor", diz Andrade.
Dependendo dos resultados com veículos, o Itaú abrirá ainda neste ano grupos para motos, veículos comerciais e imóveis.
O projeto do Bradesco ainda não foi divulgado em detalhes. Mas, até outubro, a instituição deverá lançar consórcios de veículos (todos os tipos) e imóveis.
"Com o poder de penetração desses bancos, o setor se tornará mais conhecido e o volume de negócios deverá crescer", diz Consuelo Amorim, presidente da Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios).
Ela não nega, no entanto, que entre os empresários exista a preocupação de que o negócio não venha a se concentrar em poucas empresas.
Com a retração econômica, o setor já vem passando por um processo de concentração e de redução de margens de lucro. "Já tivemos 500 administradoras. Hoje, ativas, devem existir cerca de 300", afirma Consuelo. Além disso, na esteira do Bradesco e do Itaú, outros bancos devem entrar na área.
Em 2001, o volume de negócios no setor de consórcios foi de R$ 11,5 bilhões. Para este ano, a expectativa é um aumento de 10%.
O segmento de imóveis é o que mais tem crescido, e o de motos, o que tem mais participantes.


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