São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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Justiça argentina pára processo de compra da Quilmes pela AmBev

DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina deve atrapalhar os planos da AmBev e adiar a compra de 37,5% das ações da maior cervejaria do país vizinho, a Quilmes, por US$ 600 milhões.
O negócio, anunciado em abril, só poderá ser concluído após a obtenção de um parecer favorável dos órgãos reguladores argentinos, uma vez que, juntas, as duas empresas detêm 82% do mercado local de cerveja.
Como em nenhum momento o governo se manifestou contrário ao negócio, a expectativa era que a Comissão Nacional de Defesa da Concorrência aprovasse o negócio até o próximo dia 15.
Mas os juízes Martín Farrel, Guillermo Antelo e Fernando Voces Conesada, da Câmara Federal Civil e Comercial, determinaram à comissão que suspenda temporariamente a análise do processo atendendo a medida cautelar apresentada pela Isenbeck, a quarta maior cervejaria argentina e filial da alemã Warsteiner.
A Isenbeck decidiu entrar na Justiça após tentar, sem sucesso, tomar parte como "coadjuvante" no processo analisado pela comissão, uma vez que seria prejudicada pelo suposto "cartel" formado pelas duas empresas.
No despacho, os juízes esclareceram que não vão analisar a legalidade da compra das ações da Quilmes. Eles apenas bloquearam a tramitação do processo até que a comissão reguladora decida se a Isenbeck tem o direito de opinar sobre o negócio.
Caso atenda a Isenbeck, esse seria o primeiro caso envolvendo concentração de mercado em que a Justiça argentina se sobrepõe aos órgãos reguladores.
O diretor de Comunicação da Quilmes, Fernando Lascano, admitiu que "em teoria" a decisão judicial pode adiar a conclusão do negócio. No entanto, ele disse confiar que o parecer definitivo da comissão será favorável". (JS)


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