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Justiça argentina pára processo de
compra da Quilmes pela AmBev
DE BUENOS AIRES
A Justiça argentina deve atrapalhar os planos da AmBev e adiar a
compra de 37,5% das ações da
maior cervejaria do país vizinho, a
Quilmes, por US$ 600 milhões.
O negócio, anunciado em abril,
só poderá ser concluído após a
obtenção de um parecer favorável
dos órgãos reguladores argentinos, uma vez que, juntas, as duas
empresas detêm 82% do mercado
local de cerveja.
Como em nenhum momento o
governo se manifestou contrário
ao negócio, a expectativa era que a
Comissão Nacional de Defesa da
Concorrência aprovasse o negócio até o próximo dia 15.
Mas os juízes Martín Farrel,
Guillermo Antelo e Fernando Voces Conesada, da Câmara Federal
Civil e Comercial, determinaram
à comissão que suspenda temporariamente a análise do processo
atendendo a medida cautelar
apresentada pela Isenbeck, a
quarta maior cervejaria argentina
e filial da alemã Warsteiner.
A Isenbeck decidiu entrar na
Justiça após tentar, sem sucesso,
tomar parte como "coadjuvante"
no processo analisado pela comissão, uma vez que seria prejudicada pelo suposto "cartel" formado pelas duas empresas.
No despacho, os juízes esclareceram que não vão analisar a legalidade da compra das ações da
Quilmes. Eles apenas bloquearam
a tramitação do processo até que a
comissão reguladora decida se a
Isenbeck tem o direito de opinar
sobre o negócio.
Caso atenda a Isenbeck, esse seria o primeiro caso envolvendo
concentração de mercado em que
a Justiça argentina se sobrepõe
aos órgãos reguladores.
O diretor de Comunicação da
Quilmes, Fernando Lascano, admitiu que "em teoria" a decisão
judicial pode adiar a conclusão do
negócio. No entanto, ele disse
confiar que o parecer definitivo
da comissão será favorável".
(JS)
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