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São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

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CONFIANÇA

Indicador recua aos 662 pontos, o menor nível desde setembro de 2000

Risco-país já caiu 54% em 2003

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda do risco-país brasileiro já chega a 54% neste ano. Ontem o indicador recuou 0,45% para fechar aos 662 pontos, o menor nível desde setembro de 2000.
Mas não é apenas o risco do Brasil que tem recuado neste ano. Outros países emergentes têm se beneficiado do clima menos arisco do mercado financeiro internacional nos últimos meses.
Apesar de estar em seu nível mais baixo em três anos, o risco-país brasileiro ainda é bastante superior ao do México, por exemplo. O México viu seu risco-país recuar 29,7% no ano, para encerrar aos 211 pontos ontem.
Um dos motivos que justificam a expressiva baixa do risco brasileiro no ano é a quebra de expectativas negativas que o mercado havia criado em torno de um governo do PT. O movimento também é consequência dos níveis recordes alcançados pelo indicador em 2002. O maior risco-país alcançado pelo Brasil foi em setembro do ano passado, quando foi superada a barreira dos 2.400 pontos, momento em que o país vivia a tensão pré-eleitoral.
"É fundamental a queda do risco-país brasileiro em um momento que é esperada a recuperação da economia. Risco menor representa a possibilidade de conseguir recursos no mercado internacional com maior facilidade e a custos mais baixos", afirma Clive Botelho, diretor financeiro do banco Santos.
No mês, o risco-país médio dos países latino-americanos caiu 3,13%, para 619 pontos. O risco-país do Equador recuou 4,25% neste mês, para 1.153 pontos.
Segundo relatório feito pela consultoria Global Invest, o comportamento do risco-país mostra que "continua o fluxo de capital externo para os países emergentes". O que preocupa é que o movimento atual mostra que "o risco dos países emergentes é mais dependente dos investidores internacionais que de ações de seus governos", diz o relatório.
Medido pelo banco JP Morgan, o risco-país representa a sobretaxa paga por títulos de países quando comparados aos juros de papéis do Tesouro norte-americano, considerados de risco zero.
O indicador serve de referência para o mercado internacional: quanto maior, mais elevada a possibilidade de o país não honrar suas dívidas. A Argentina, que declarou moratória de sua dívida no fim de 2001, fechou ontem com risco-país de 4.754 pontos.
Se o Brasil tiver um risco-país de 600 pontos, isso indica que seus títulos pagariam prêmio médio de seis pontos percentuais acima das taxas pagas pelos títulos dos EUA. O risco-país é uma média dos valores dos principais títulos de um país negociados no exterior. Os C-Bonds, papéis da dívida brasileira de maior liquidez, subiram 36,5% no ano. Ontem fecharam a US$ 0,9144.


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