|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENERGIA
Fels Setal-Tecnique apresenta projeto de US$ 775 mi; com cancelamento de licitação, grupo pode comprar outra plataforma
Consórcio vence P-51 e pode ficar com P-52
JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O grupo Fels Setal-Tecnique
(Brasil-Cingapura e França) ganhou a licitação da Petrobras para
a construção e a integração do
casco e do convés da plataforma
P-52, mas a estatal pretende barganhar um custo menor para o
projeto, fixado em US$ 774,9 milhões. O mercado calculava um
custo de US$ 520 milhões.
A Petrobras havia cancelado a
licitação de outra plataforma, a P-51, ao alegar que os orçamentos
apresentados pelos outros dois
concorrentes -Odebrecht-Saimpem (Brasil-Itália) e Samsung
(Coréia)- estavam altos, acima
de US$ 1 bilhão.
O Fels Setal-Technique, que tinha apresentado uma proposta
de US$ 701,2 milhões para a P-51,
estaria proibido de construir a
plataforma, uma vez que venceu a
concorrência para a P-52. Mas,
cancelada a licitação, a estatal
agora pretende negociar a compra direta da P-51 com os consórcios, o que abre espaço para a Fels
Setal-Technique voltar ao páreo.
Foi a primeira licitação da Petrobras em que entrou em vigor a
exigência de um conteúdo mínimo nacional. Há divergências entre analistas sobre se essa nova
política teve impacto no orçamento dos projetos.
Em entrevista à Folha, o presidente do grupo Pem Setal (que
detém 40% da Fels Setal), Augusto Mendonça, lembrou que, desde que foi lançada a licitação, em
setembro do ano passado, a Petrobras já fez inúmeras modificações no edital. Além disso, destacou que a alta carga tributária encarecia cada um dos projetos em
cerca de US$ 140 milhões.
A informação foi recentemente
confirmada pelo diretor de Serviços da estatal, Renato Duque. Embora não tenha revelado qual era a
previsão interna de gastos da estatal com as plataformas, Duque
disse que, do custo total dos projetos, de US$ 120 milhões a US$
200 milhões eram impostos.
Na mira das reclamações dos
grupos que participaram das licitações, está a Lei Valentim, que
entrou em vigor no Estado do Rio
em julho deste ano. A lei estabelece a cobrança de 19% de ICMS sobre as peças e equipamentos trazidos do exterior.
Mas, para o professor do Programa de Engenharia Oceânica
da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós Graduação em engenharia da UFRJ), Segen Estefan,
a desculpa da lei não se aplica ao
caso. Ele diz que praticamente todos os insumos usados para a
construção do casco e do convés,
como o aço, por exemplo, podem
ser adquiridos no Brasil.
Texto Anterior: Panorâmica - Europa: Para BCE, zona do euro melhora no ano Próximo Texto: Governo criará programa para tentar diminuir o preço do gás Índice
|