São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Dados dos EUA enfraquecem as Bolsas

Queda no volume de vendas de moradias e sinal de que Fed pode não reduzir juros provocam baixas nos mercados

Bolsa de SP recua 1,53%, mas ainda tem alta de 22% no acumulado do ano; dólar fecha com apreciação de 0,97%, vendido a R$ 1,968

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma série de dados econômicos dos EUA tirou a força dos mercados. Após seguidas altas, as Bolsas de Valores caíram pelo mundo. No Brasil, a baixa da Bovespa ficou em 1,53%.
Nos principais centros financeiros, as quedas foram próximas à registrada no mercado doméstico. Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 1,07%, e a Nasdaq perdeu 0,92%. A Bolsa de Frankfurt teve queda de 1,73%, e, em Londres, a baixa ficou em 1,66%.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar se valorizou em 0,97% e foi a R$ 1,968.
Os mercados iniciaram seus negócios de ontem respondendo, mais uma vez, a dados negativos do setor imobiliário americano. Segundo apuração da Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA, a venda de moradias usadas no país teve recuo de 12,2% em julho, sendo essa a mais forte queda desde 2001.
O esperado livro bege -compilação de dados econômicos feita pelo BC americano-, apresentado ontem, apontou desaceleração na economia dos EUA, mas afirmou que, além do setor imobiliário, a crise afetou pouco a atividade econômica como um todo.
E essa notícia, positiva para a maior economia do mundo, não ajudou as Bolsas porque reduziu a expectativa de que o Fed (BC dos EUA) diminuirá os juros básicos do país em sua reunião do dia 18.
Analistas afirmavam nos últimos dias, em que o mercado passava por recuperação, que ainda era cedo para dizer que as turbulências haviam encontrado seu fim.
Na opinião dos analistas da corretora Planner, o fato de o mercado financeiro já abrir ontem em baixa "sinaliza que continua a preocupação com o setor imobiliário americano".
A Bovespa tem um saldo de 12 altas nos últimos 14 pregões. No ano, a valorização acumulada está em 22,34%.
Ontem o índice Ibovespa, que reúne as 63 ações de maior negociação da Bolsa paulista, fechou com 54.407 pontos. Para voltar a seu pico histórico, os 58.124 pontos registrados em 19 de julho, a Bolsa ainda tem de subir 6,83%.
A pontuação da Bovespa oscila de acordo com o valor das ações. Assim, afirmar que a Bovespa se encontra em sua pontuação máxima significa que as ações da Bolsa paulista nunca valeram tanto.
Ontem o mercado financeiro brasileiro fechou antes de o Copom anunciar sua decisão sobre a taxa básica de juros.
A movimentação financeira no mercado acionário local ficou em R$ 4,04 bilhões, abaixo da média diária de agosto, que foi de R$ 5,4 bilhões.
Balanço da Bovespa mostrou que o volume total movimentado nos negócios com ações neste ano já bate o total acumulado em 2006 -R$ 718,8 bilhões contra R$ 598,9 bilhões. Isso mostra que cada vez mais se tem negociado ações no país.


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