São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Disparada nos alimentos levam IGP-DI a registrar maior alta desde maio de 2004

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A pressão do setor agropecuário levou o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) ao maior patamar desde maio de 2004. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), o resultado já indica que o Banco Central tem motivos para ser mais cauteloso no corte dos juros.
Em agosto, o índice subiu 1,39%, contra 0,37% em julho. O resultado ficou acima da expectativa média do mercado, que projetava 0,8%.
Para Salomão Quadros, da FGV, mais da metade da inflação de agosto está relacionada ao setor agropecuário, com aumentos em produtos como leite "in natura", soja, milho, trigo e alimentos industrializados. Os preços no atacado subiram 1,96%; os no varejo, 0,42%.
Para Quadros, o salto da inflação em agosto pode ser explicado por problemas de oferta, como quebras de safra, e pela demanda aquecida nos mercados interno e externo.
"A demanda de produtos agrícolas está forte no mundo todo. O Brasil está tirando proveito disso, exportando muito, e o mercado interno acaba sofrendo um pouco. Além disso, a demanda doméstica também está crescendo com maiores salários e emprego em alta."
Para Quadros, serão necessários ao menos mais dois meses para que a inflação volte a um patamar "confortável". A FGV revisou suas expectativas para o índice em 2007, de máxima de 4% para entre 4% e 4,5%, que ainda pode ser revista para cima. A taxa acumulada em 12 meses está em 5,19%, a maior desde junho de 2005.
Os produtos agrícolas no atacado subiram 6,15% em agosto, e os industriais, 0,61%.
Um dos "vilões" da inflação neste ano, o leite "in natura" já acumula alta de 51,32% no atacado. A alta já foi repassada ao consumidor. O leite tipo longa vida subiu 56,54% de janeiro a agosto no varejo.

São Paulo
A inflação no município de São Paulo fechou o mês de agosto com alta de 0,07%, o menor índice mensal desde junho de 2006, segundo a Fipe-USP, refletindo os recuos nos preços de habitação, vestuário e transporte. Mas, para setembro, a Fipe projeta alta de 0,48% no índice de preços.


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