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Disparada nos alimentos levam IGP-DI a registrar maior alta desde maio de 2004
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A pressão do setor agropecuário levou o IGP-DI (Índice
Geral de Preços - Disponibilidade Interna) ao maior patamar desde maio de 2004. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), o resultado já indica que o Banco Central tem
motivos para ser mais cauteloso no corte dos juros.
Em agosto, o índice subiu
1,39%, contra 0,37% em julho.
O resultado ficou acima da expectativa média do mercado,
que projetava 0,8%.
Para Salomão Quadros, da
FGV, mais da metade da inflação de agosto está relacionada
ao setor agropecuário, com aumentos em produtos como leite "in natura", soja, milho, trigo
e alimentos industrializados.
Os preços no atacado subiram
1,96%; os no varejo, 0,42%.
Para Quadros, o salto da inflação em agosto pode ser explicado por problemas de oferta,
como quebras de safra, e pela
demanda aquecida nos mercados interno e externo.
"A demanda de produtos
agrícolas está forte no mundo
todo. O Brasil está tirando proveito disso, exportando muito,
e o mercado interno acaba sofrendo um pouco. Além disso, a
demanda doméstica também
está crescendo com maiores salários e emprego em alta."
Para Quadros, serão necessários ao menos mais dois meses
para que a inflação volte a um
patamar "confortável". A FGV
revisou suas expectativas para
o índice em 2007, de máxima
de 4% para entre 4% e 4,5%,
que ainda pode ser revista para
cima. A taxa acumulada em 12
meses está em 5,19%, a maior
desde junho de 2005.
Os produtos agrícolas no atacado subiram 6,15% em agosto,
e os industriais, 0,61%.
Um dos "vilões" da inflação
neste ano, o leite "in natura" já
acumula alta de 51,32% no atacado. A alta já foi repassada ao
consumidor. O leite tipo longa
vida subiu 56,54% de janeiro a
agosto no varejo.
São Paulo
A inflação no município de
São Paulo fechou o mês de
agosto com alta de 0,07%, o menor índice mensal desde junho
de 2006, segundo a Fipe-USP,
refletindo os recuos nos preços
de habitação, vestuário e transporte. Mas, para setembro, a
Fipe projeta alta de 0,48% no
índice de preços.
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