|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pro Teste quer mais rigor na fiscalização de brinquedos
Entidade do consumidor pede levantamento de todos os produtos importados no país
Mattel anuncia 3º recall
de brinquedos fabricados
na China em pouco mais
de um mês; no Brasil,
7.057 unidades são alvo
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Pro Teste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, pediu ontem ao Ministério
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior e ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) um levantamento de todos os brinquedos
que foram importados no país e
certificados pelo órgão para
que sejam reavaliados.
Solicitou ainda que a fiscalização desses produtos seja intensificada na tentativa de evitar a venda de brinquedos que
possam oferecer riscos à saúde
dos consumidores.
O pedido foi encaminhado
após a Mattel anunciar ontem o
terceiro recall de produtos fabricados na China em pouco
mais de um mês.
Dessa vez, serão recolhidos
844 mil itens de 11 linhas que
possuem excesso de chumbo
na tinta utilizada na sua fabricação e, por esse motivo, são
prejudiciais à saúde. No Brasil,
foram vendidas 7.057 unidades; nos EUA, 522 mil.
Serão recolhidos dos lojistas
e consumidores brasileiros cinco acessórios da Barbie (a boneca não faz parte do recall) e
um trem da série GeoTrax, da
marca Fisher-Price.
A partir de hoje, os fiscais do
Procon-SP vão às lojas verificar
se esses produtos foram retirados das prateleiras. Os estabelecimentos que continuarem
vendendo esses e outros itens
que são alvo de recalls podem
ser autuados e multados.
"Já que não há controle de
qualidade como deveria existir
e os fabricantes estão terceirizando seus produtos na China,
é preciso ainda mais rigor para
verificar o que está no mercado
à disposição do consumidor",
diz Maria Inês Dolci, coordenadora da Pro Teste.
Para Carlos Alberto Nahas,
assessor da direção do Procon-SP, as novas medidas anunciadas pelo Inmetro precisam
"imediatamente ser colocadas
em prática". No dia 24 de agosto, o instituto anunciou que todo lote de brinquedos que desembarcar no país deverá ser
submetido a testes de qualidade, e os exames de toxicidade e
demais riscos dos materiais serão feitos nos próprios laboratórios do Inmetro.
Balanço
Segundo a Mattel, quase um
mês após a empresa anunciar
que iria recolher do mercado
850 mil itens fabricados com
problemas que foram vendidos
no Brasil, 50 mil consumidores
se cadastraram na empresa para trocarem as peças ou serem
ressarcidos. O balanço foi feito
pelos executivos da empresa
ontem em Brasília ao explicarem os motivos do novo recall.
De acordo com Alejandro Rivas, gerente-geral da Mattel no
país, como os produtos foram
fabricados há mais de dois
anos, boa parte já foi descartada. Além disso, ele argumentou
que, por serem itens de baixo
valor, muitos pais não deram
importância para o alerta de
troca. Em novembro de 2006,
quando a empresa anunciou
que retiraria de circulação no
país 100 mil unidades da linha
Polly, apenas 3.000 clientes pediram o dinheiro de volta ou
trocaram as peças que apresentavam risco de descolamento
dos ímãs.
Os executivos disseram que
apresentaram todas as explicações sobre esse novo recall, ontem, ao DPDC (Departamento
de Proteção e Defesa do Consumidor). Os gastos da Mattel por
causa desses problemas estão
estimados em cerca US$ 30 milhões, sem contabilizar esse último recall.
Texto Anterior: Apple anuncia nova versão do tocador iPod Próximo Texto: Saiba mais: Perigo só ocorre com exposição prolongada Índice
|