São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Governo estuda montar blocos para privatizar

SIMONE IGLESIAS
LETÍCIA SANDER
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A privatização dos 67 aeroportos administrados pela Infraero poderá ser feita em blocos, incluindo no pacote de concessões um empreendimento lucrativo, como Galeão (RJ) ou Viracopos (Campinas) e quatro ou cinco deficitários ou menos rentáveis.
A estimativa preliminar do governo é que apenas com os aeroportos de São Paulo (Congonhas, Guarulhos e Viracopos) seja possível arrecadar entre R$ 2 bilhões e R$ 5 bilhões, dependendo do modelo escolhido para concessão.
A outra proposta em estudo é manter sob o controle da Infraero (estatal que administra os principais aeroportos do país) alguns aeroportos não-rentáveis, mais difíceis de serem vendidos e, cobrar das concessionárias um valor que permita à empresa continuar administrando-os.
Nesse caso, o governo poderia combinar a venda de alguns empreendimentos em bloco com a permanência de outros em poder da União. Segundo um ministro, o governo quer um modelo de leilão que faça com que as empresas não saiam só beneficiadas. Nas duas palavras, devem levar "um filé e também carne de pescoço".
Segundo a proposta em estudo, a definição dos vencedores não deverá ser feita considerando apenas e melhor oferta financeira. O governo considera possível cobrar uma taxa mais elevada das empresas pela concessão porque elas terão direito a explorar serviços comerciais, como lojas, shoppings e hotéis.
Mas buscará garantir que as tarifas ao consumidor não aumentem e que as empresas concessionárias se comprometam com investimentos em infra-estrutura. Uma das dificuldades do governo é como lidar com as várias tarifas cobradas no serviço aeroportuário. Há taxas para pousos, decolagens, permanência de aeronaves em solo e de embarque. É preciso definir se esses preços serão controlados ou se cada aeroporto poderá arbitrar o valor.
A opção pela concessão enfraquece as discussões sobre a abertura de capital da Infraero, que agora ficam em segundo plano. A pressa pesou na decisão do governo. Estudos demonstraram que é mais rápido e mais lucrativo transferir a concessão dos aeroportos ao setor privado, enquanto a abertura de capital ocorreria muito lentamente. Antes de procurar sócios, o governo precisaria tornar a estatal atraente para investimento privado.


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