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Crescimento será como o de FHC
DA REPORTAGEM LOCAL
O país nas mãos de Luiz Inácio
Lula da Silva ou de José Serra teria, no primeiro ano, a mesma taxa anual de crescimento da registrada nos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso -de
2,8%, em média, de 94 a 2001, na
análise da consultoria MCM.
"A inflação com Lula seria um
pouco maior porque o governo
petista vai tentar acomodar as demandas sociais, tem menos aversão à inflação e é mais propenso a
estimular a economia por meio da
política monetária", afirma Celso
Toledo, economista da MCM.
Alguns economistas, no entanto, estão mais pessimistas quanto
ao futuro do país nas mãos de Lula. A MBA, por exemplo, prevê
que, com o governo petista, o país
teria crescimento zero em 2003 e
registraria inflação ao redor de
9%. Com Serra, o Brasil cresceria
2,2% e teria uma inflação de 6%.
"Mas qualquer que seja o novo
governo, terá de implementar
uma política industrial devido à
necessidade de o país manter saldos comerciais. O aumento da
competitividade da indústria e a
substituição de importação têm
de ser prioridade do próximo governo", afirma Fábio Silveira, economista da consultoria MBA.
Para Francisco Eduardo Pires
de Souza, coordenador do Grupo
de Conjuntura do Instituto de
Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a
turbulência vivida pela economia
brasileira vai se dissipar só gradualmente no ano que vem.
"O governo petista teria de passar por vários testes, desde a votação do orçamento até definições
sobre a nova política econômica.
O que significa que o risco Brasil
só diminuiria gradativamente."
Mas passada essa fase -ou assim
que o mercado se acalmar-, diz,
abre-se espaço para a redução das
taxas de juros, o que pode resultar
em mais crescimento para o país.
Num prazo mais longo, a partir
de 2004, a economia sob o comando de Lula pode ter desempenho melhor ainda do que nas
mãos de Serra, na análise de Fernando Nogueira da Costa, professor de macroeconomia da Unicamp. "O Lula vai estimular o
crescimento do país. O Serra já
manteria a política de juros mais
altos e de meta inflacionária e isso
desestimularia os investimentos."
(FF)
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