São Paulo, terça-feira, 06 de outubro de 2009

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BB adquire fatia da SulAmérica

Negócio, a ser anunciado hoje, permitirá reorganização da área de seguros e previdência da instituição

Banco quer fortalecer atuação no setor de seguros, que deve crescer nos próximos anos e no qual a concorrência investe

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil anuncia hoje a compra de participação na SulAmérica, segunda maior seguradora brasileira, aquisição que permitirá uma completa reestruturação nos negócios do banco no setor de seguros. A gestão deverá ser compartilhada com os antigos donos.
Com a aquisição, o BB passa a ser majoritário nos segmentos de capitalização, seguro-saúde e de veículos, distribuídos hoje em três empresas -Brasilcap, Brasil Saúde e Brasil Veículos- em que já tem parceria com a SulAmérica.
A SulAmérica chegou a ser disputada pelo Bradesco, após o banco perder parceria com a Porto Seguro para o Itaú.
Pelo acordo, o Banco do Brasil passará a ter participação majoritária nesses segmentos, que serão reagrupados para diminuir a quantidade de empresas. O banco hoje é minoritário nessas empresas, com exceção da Brasil Veículos, em que tem 70%, e a SulAmérica, 30%. Na Brasilcap e na Brasil Saúde, o BB tem só 49,9%.
O negócio envolve também o compartilhamento das estruturas de distribuição de produtos do BB e da SulAmérica. Em cinco anos, poderá evoluir para o controle definitivo do Banco do Brasil na seguradora.
Não há informações confirmadas se a negociação envolve a compra da participação de 21% do grupo holandês ING, que passa por dificuldades. Além desses 21%, o ING tem 45% da Sulasapar, holding controladora da SulAmérica com maioria da família Larragoiti.
A reestruturação também deve envolver a Brasilprev (previdência), em que o BB tem 49,9%, e o Principal Group, 46,01%. A expectativa é que o Principal saia do negócio.
O BB quer fortalecer sua atuação no setor de seguros, sobretudo nos segmentos imobiliários e de previdência. Na avaliação da cúpula da instituição, são setores que devem crescer nos próximos anos e nos quais a concorrência está investindo.
Nas análises iniciais, a ideia era que a área de saúde fosse absorvida por outra empresa, provavelmente pela Aliança do Brasil. A empresa oferece produtos que cobrem riscos pessoais e patrimoniais, como seguro de residência, empresas, rurais, de transporte etc. A Aliança é 100% do BB, após o banco comprar a parte pertencente ao grupo Aliança da Bahia, seu antigo parceiro.
O banco não conseguiu fechar acordo com os espanhóis da Mapfre, que têm acordo de exclusividade de 25 anos com a Nossa Caixa, banco comprado no ano passado e em processo de incorporação. Para rescindir o contrato, a Mapfre pedia indenização de R$ 500 milhões.
Procurados, Banco do Brasil e SulAmérica não quiseram comentar o assunto.


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