São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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Lucro cai 21,7%, para R$ 1,687 bi

DA REPORTAGEM LOCAL

O banco Itaú acumula lucro líquido de R$ 1,687 bilhão nos primeiros nove meses deste ano, segundo balanço trimestral divulgado ontem. Esse resultado é 21,7% inferior ao do mesmo período do ano passado, que totalizou R$ 2,156 bilhões.
O resultado do banco foi fortemente influenciado pela desvalorização cambial e os provisionamentos feitos. Segundo o presidente do banco, Roberto Setubal, devido à alta volatilidade do mercado financeiro nos últimos meses, o banco fez um provisionamento excepcional (acima do mínimo exigido pelo Banco Central) no valor de R$ 2,3 bilhões para títulos e valores mobiliários.
Segundo o banco, as incertezas geradas pelo processo de transição política contribuíram para a desvalorização do real ante o dólar. Passada a fase de incerteza, o banco diz acreditar que as cotações poderão refluir. Diante desse quadro, o Itaú fez provisões sobre sua posição cambial considerando que o real poderá sofrer uma valorização e atingir uma cotação de R$ 3,50 ante o dólar.
Já a provisão para devedores duvidosos subiu 60,9%, de R$ 1,009 bilhão em setembro de 2001 para R$ 1,625 bilhão no final do mesmo mês deste ano. Isso também tem impacto no resultado final do banco. Segundo Setubal, o Itaú fez uma provisão excedente para crédito de R$ 760 milhões.
O resultado trimestral do banco, porém, melhorou. No terceiro trimestre deste ano, o lucro do banco totalizou R$ 639 milhões, 17,5% acima do registrado no segundo trimestre (R$ 544 milhões). No entanto, na comparação com igual período do ano passado, ficou 8,58% menor (R$ 699 milhões).
O retorno sobre o patrimônio líquido do banco no trimestre atingiu 33,4%, superando os 29% do trimestre anterior. Os ativos totais alcançaram R$ 99 bilhões, o que corresponde a um aumento de 14,6% em relação ao balanço encerrado em junho passado. Esse aumento, segundo o banco, deve-se, basicamente, aos efeitos da variação cambial sobre os ativos que possui no exterior.
O saldo de recursos administrados pelo banco em fundos e carteiras totalizou R$ 54,8 bilhões, um aumento de 2,8% em relação ao trimestre anterior.

Crédito
A carteira de crédito do banco cresceu 18,5% de janeiro a setembro deste ano em relação a igual período de 2001, atingindo R$ 39,687 bilhões. Essa evolução, segundo o Itaú, resultou, principalmente, da valorização do dólar em relação ao real e do desempenho do segmento corporate (empresarial), com destaque para a expansão das operações de comércio exterior, que cresceram 91,8% no ano.
Do total de R$ 39,687 bilhões de créditos concedidos pelo banco no período, R$ 12,511 bilhões são de empréstimos em moeda estrangeira. O banco direcionou para pessoas físicas créditos no total de R$ 11,905 bilhões. As micro e pequenas empresas obtiveram empréstimos de R$ 3,245 bilhões, e as grandes, de R$ 12,016 bilhões.
Segundo o Itaú, no terceiro trimestre deste ano, a participação na carteira dos créditos classificados como "AA", "A" e "B", que apresentam menor risco, aumentou para 78,3%.
Também houve melhora, segundo o banco, nos índices de inadimplência, com redução de 5% para 4,6% na participação das parcelas vencidas sobre o total, em consequência da maior seletividade adotada no início do ano.
"Houve leve melhora na inadimplência na área de pessoa física e leve piora na área de pessoa jurídica", disse Setubal.


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