São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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CONSUMO

Há lojas na capital paulista que não têm açúcar; no Rio, Sendas não tem óleo e macarrão nas vendas pela web

Já falta produto nas gôndolas e na internet

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Consumidores começam a ser avisados da falta de produtos nas prateleiras dos supermercados -por conta da disparada do dólar que encareceu mercadorias e complicou as negociações com a indústria.
"Devido ao aumento dos preços de alguns de nossos fornecedores poderão faltar algumas mercadorias, temporariamente, em nossos estoques", informa a rede Sendas, a quinta maior do país e a maior do Rio de Janeiro, em aviso aos clientes em seu site de vendas pela internet. A rede já não tem óleo de soja, macarrão e açúcar para vender pela internet.
Segundo a Folha apurou, em duas lojas do Pão de Açúcar na cidade de São Paulo há prateleiras vazias onde o açúcar é colocado à venda. Há o tipo granulado (para doces) e poucas unidades do refinado. A empresa informa que não há falta. E tem feito a troca de produtos entre lojas para evitar problemas.
"Estamos trabalhando nesse assunto. Neste momento, se o cliente não encontrar o item na internet, terá de ir à loja. Mas não sei quanto de estoque temos para esses itens nos pontos", diz Nelson Sendas, vice-presidente comercial do Sendas.
Até o momento, o consumidor já havia constatado a elevação nos preços, mas não foi informado da falta de mercadorias. O Pão de Açúcar chegou a enviar um comunicado aos fornecedores com a frase: "Diga não a esse produto".

Marketing demais
"Tem muito marketing nessa atitude do Pão de Açúcar", diz Eduardo de Carvalho, presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo).
As negociações ainda se arrastam com os fabricantes de açúcar. Não há acordo entre eles e as principais redes do país. Os fornecedores -Copersucar, Barra, União- pediram até 77% de aumento. Segundo informa a Unica, a cotação do açúcar no mercado externo subiu 22% neste ano. E a desvalorização do real, de maio a outubro, ficou em 51%. Como o produto tem cotação internacional, o preço sobe em reais se a moeda brasileira perde valor.
O mesmo ocorre com o trigo e a soja. Segundo a Abima (que representa a área de massas), há dificuldade para achar o produto porque as empresas aumentaram as exportações. E ainda ocorreu quebra na safra de trigo.


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