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CONSUMO
Há lojas na capital paulista que não têm açúcar; no Rio, Sendas não tem óleo e macarrão nas vendas pela web
Já falta produto nas gôndolas e na internet
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Consumidores começam a ser
avisados da falta de produtos nas
prateleiras dos supermercados
-por conta da disparada do dólar que encareceu mercadorias e
complicou as negociações com a
indústria.
"Devido ao aumento dos preços
de alguns de nossos fornecedores
poderão faltar algumas mercadorias, temporariamente, em nossos
estoques", informa a rede Sendas,
a quinta maior do país e a maior
do Rio de Janeiro, em aviso aos
clientes em seu site de vendas pela
internet. A rede já não tem óleo de
soja, macarrão e açúcar para vender pela internet.
Segundo a Folha apurou, em
duas lojas do Pão de Açúcar na cidade de São Paulo há prateleiras
vazias onde o açúcar é colocado à
venda. Há o tipo granulado (para
doces) e poucas unidades do refinado. A empresa informa que não
há falta. E tem feito a troca de produtos entre lojas para evitar problemas.
"Estamos trabalhando nesse assunto. Neste momento, se o cliente não encontrar o item na internet, terá de ir à loja. Mas não sei
quanto de estoque temos para esses itens nos pontos", diz Nelson
Sendas, vice-presidente comercial
do Sendas.
Até o momento, o consumidor
já havia constatado a elevação nos
preços, mas não foi informado da
falta de mercadorias. O Pão de
Açúcar chegou a enviar um comunicado aos fornecedores com
a frase: "Diga não a esse produto".
Marketing demais
"Tem muito marketing nessa
atitude do Pão de Açúcar", diz
Eduardo de Carvalho, presidente
da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo).
As negociações ainda se arrastam com os fabricantes de açúcar.
Não há acordo entre eles e as principais redes do país. Os fornecedores -Copersucar, Barra,
União- pediram até 77% de aumento. Segundo informa a Unica,
a cotação do açúcar no mercado
externo subiu 22% neste ano. E a
desvalorização do real, de maio a
outubro, ficou em 51%. Como o
produto tem cotação internacional, o preço sobe em reais se a
moeda brasileira perde valor.
O mesmo ocorre com o trigo e a
soja. Segundo a Abima (que representa a área de massas), há dificuldade para achar o produto
porque as empresas aumentaram
as exportações. E ainda ocorreu
quebra na safra de trigo.
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