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TRANSPORTES
Laif alega prejuízo Fundo dos EUA contesta mudança em ferrovia
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O fundo de investimento norte-americano Laif entrou na Justiça
contra os fundos de pensão Previ
(Banco do Brasil) e Funcef (Caixa
Econômica Federal) para contestar a reestruturação societária da
Brasil Ferrovias, que envolveu R$
1,1 bilhão em dívidas e dinheiro
novo dos fundos e do BNDES.
Ao se sentir prejudicado com a
diluição de sua participação na
empresa após a reestruturação, o
Laif alegou que detinha o direito
de preferência na compra das
ações da empresa Nova Ferroban
S.A., controlada da Brasil Ferrovias e detentora da malha paulista
da antiga Rede Ferroviária Federal. O fundo viu sua participação
minguar ao não converter dívidas
nem aportar recursos na operação de salvamento da companhia.
Primeiro, o Laif buscou um entendimento com os fundos. Sem
sucesso, ingressou com ação na 3ª
Vara Cível da Justiça de São Paulo
em setembro para assegurar o direito à preferência na compra de
ações da Nova Ferroban.
Os papéis da Nova Ferroban
migraram por um valor simbólico para a Nova Brasil Ferrovias
depois da reestruturação, fechada
em maio. A empresa constitui
com a Ferronorte a chamada Nova Brasil Ferrovias, holding criada
para possibilitar a reestruturação,
na qual os fundos de pensão ficaram com 49%, e o BNDES, com
43,5%. O Laif, que possuía 16,5%
da antiga Brasil Ferrovias, teve a
participação diluída para 1,6%.
Os fundos de pensão, por sua
vez, contestam, ao dizer que, no
entendimento deles, não há direito de preferência no acordo de
acionistas em caso de operação
envolvendo sócios da companhia.
Segundo o diretor financeiro da
Funcef, Demósthenes Marques, a
divergência entre Laif, fundos e
BNDES se deu em relação ao valor de referência da Brasil Ferrovias considerado na reestruturação. Segundo ele, o Laif considerou-o baixo e queria elevar a cifra.
Marques disse que o argumento
do Laif é que o valor arbitrado seria prejudicial aos seus interesses,
pois provocaria grande diluição
de sua participação.
Os fundos de pensão também
tentaram elevar o valor de referência na fase de avaliação, segundo Marques. O executivo disse,
porém, que a empresa estava numa "situação delicada" com patrimônio líquido negativo e que o
BNDES não aceitou elevá-lo.
"Foi com essas condições que o
BNDES aceitou fazer parte do
aporte e da conversão e tivemos
de acompanhá-las", disse Marques, sem relevar o valor de referência da companhia.
Pelos termos da reestruturação,
os sócios convertiam dívidas em
capital e aportariam novos recursos para salvar a Brasil Ferrovias.
Foi o que os fundos fizeram, ao
colocar R$ 375 milhões em dinheiro novo e converter R$ 115
milhões em dívidas.
O BNDES entrou com R$ 385
milhões em dinheiro novo e converteu dívidas de R$ 265 milhões
em ações da companhia.
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