São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2005

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Disputa na telefonia não chega a Santos

DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa entre o Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, o Citigroup e a Previ para obter o controle da Brasil Telecom não teve reflexo -pelo menos até agora- na Santos-Brasil, controlada por esses três grupos.
A Santos-Brasil informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que a composição acionária da empresa está mantida, apesar dos desentendimentos entre Previ e Citigroup com Dantas na área de telefonia. Nesse setor, ocorreram várias disputas entre sócios e até acusações de espionagem.
Os três grupos tinham, no passado, interesses comuns. Por isso, uniram-se para ter ações em algumas empresas, como a Santos-Brasil. Em 1997, por meio de leilão realizado na Bovespa, a Santos-Brasil obteve o direito de operar o Terminal de Contêineres de Santos (Tecon de Santos) por 25 anos.
A Folha apurou que a disputa dos grupos para obter o controle da Brasil Telecom pode até ter motivado a denúncia de suposta prática de fraude na Santos-Brasil (a empresa estaria liberando mercadoria importada para os clientes antes de desembaraço da alfândega). Essa denúncia seria de interesse de alguns sócios. Também têm ações na Santos-Brasil a Sistel, a Multiterminais e a Fink.
Dantas entende que Previ e Citigroup estariam sob a influência do governo petista para tirá-lo da disputa pela Brasil Telecom. Previ e Citigroup negam.
A Previ informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que é acionista mas não participa da gestão da Santos-Brasil e que, apesar de integrar o conselho de administração da companhia, não está presente no seu dia-a-dia. Informa ainda que não tem conhecimento de supostas fraudes envolvendo a Santos-Brasil e vai pedir providências na próxima reunião do conselho de administração para apurar o caso.
O Opportunity informa, também por meio de sua assessoria de imprensa, que o controle da Santos-Brasil é compartilhado pelos três acionistas da empresa.
A assessoria do Citigroup no Brasil afirma que não está autorizada a comentar a questão. Procurou os responsáveis em Nova York, mas não obteve resposta sobre o pedido da Folha.
Sobre possíveis mudanças na composição acionária da Santos-Brasil, representantes do Opportunity, da Previ e do Citigroup não se pronunciaram. (FF e CR)

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