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Varig renegocia
parte da dívida
com a Infraero
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Varig informou ontem que
conseguiu renegociar parte de
sua dívida com a Infraero. Pelo
acordo, a companhia reestruturou R$ 161 milhões em débitos com a estatal que administra os aeroportos.
De acordo com a Varig, a
maior parte dessa dívida foi garantida por meio de debêntures (títulos da empresa com remuneração fixa) conversíveis
em ações. O valor assegurado
pelos papéis é de R$ 125 milhões, segundo a empresa. A
Infraero até as 19h30 não confirmava a informação.
O restante da dívida será quitada em parcelas diárias de R$
500 mil a serem pagas pela Varig a partir do dia 9 deste mês.
Hoje, a empresa paga à Infraero R$ 1,5 milhões -parte referente a serviços prestados e
parte a pagamentos em atraso.
Essa é a primeira renegociação que a nova diretoria da Varig conseguiu fazer com um
grande credor desde que naufragou o entendimento que havia sido firmado pela antiga direção da empresa.
Salários
A Varig anunciou também
que terá de parcelar parte dos
salários dos funcionários como
mais uma medida para tentar
melhorar o fluxo de caixa da
companhia.
Os funcionários mais afetados pela decisão são os que ganham mais. Quem recebe de
R$ 1.200 a R$ 2.000 só terá direito a 85% do salário, que será
pago no dia 9 deste mês. Os
empregados que têm vencimentos inferiores a R$ 1.200 receberão integralmente.
Segundo a empresa, a medida foi adotada para casar as datas dos recebimentos -vindos
da venda de passagens- com
os pagamentos dos funcionários. A companhia informa,
porém, que ainda não foi estabelecida uma data para que o
restante dos salários seja pago.
Os que estão na faixa de R$
2.000 a R$ 5.000 só serão remunerados com 74% do salário.
Quem ganha acima de R$ 5.000
terá direito a receber apenas
68% de seus vencimentos.
Ao tomar essa decisão, a Varig tenta preservar seu fluxo de
caixa e evitar a falta de dinheiro
para seus compromissos mais
urgentes com credores, como o
pagamento do combustível e
das tarifas dos aeroportos.
Segundo a Apvar (Associação dos Pilotos da Varig), os pilotos serão os funcionários
mais afetados, pois ganham
mais. Apesar disso, o diretor da
associação Paulo Calazanz disse que "era uma medida inevitável e que tinha de ser tomada
neste momento" devido à crise
que a empresa atravessa.
Participação de mercado
Mesmo enfrentando a pior
crise financeira de sua história,
a Varig conseguiu manter em
novembro sua participação de
mercado.
A companhia (com as coligadas Nordeste e Rio Sul) abocanhou 40,34% dos passageiros
transportados, de acordo com
o Snea (Sindicato Nacional das
Empresas Aéreas). É praticamente a mesma marca registrada em novembro de 2001
(40,28%).
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