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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Compromisso teria sido feito em reunião com o BNDES nos EUA

AES diz que vai liberar ações de subsidiária, segundo Lessa

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem que a AES norte-americana teria afirmado, durante uma série de reuniões em Washington, nesta semana, que vai liberar as ações da subsidiária AES Tietê, que foram dadas em garantia a um empréstimo nos EUA.
O empréstimo, de US$ 300 milhões, foi feito com sindicatos de bancos estrangeiros. As reuniões em Washington foram com o diretor financeiro do BNDES, Roberto Timótheo da Costa.
Lessa reafirmou que a AES, controladora da Eletropaulo, tem que liberar as ações da Tietê para que possa ser formalizado o acordo de renegociação da dívida de US$ 1,2 bilhão que ela tem com o banco. Caso contrário, o banco entrará na Justiça contra a empresa. O prazo acertado para o fechamento do acordo entre o BNDES e a AES termina no próximo dia 15.
"Eles garantiram agora [que vão liberar as ações da Tietê], mas também já tinham garantido quando assinaram o documento. Agora, chega ao final e eles dizem que não vão fazer. Tenho razão de ser São Tomé, querendo ver para crer", disse.
Em 9 de setembro, o banco e a holding americana assinaram um memorando de entendimento no qual a AES se comprometia a liberar as ações da subsidiária AES Tietê que estão em mãos de investidores no exterior. A AES Tietê, ao lado da AES Uruguaiana e da AES Eletropaulo, passaria a ser controlada pela NovaCom, empresa da qual o BNDES terá 50% das ações menos uma, e a AES Corporation, 50% mais uma.
Se não houver entendimento, a estimativa é que o BNDES feche o ano com prejuízo de R$ 1,7 bilhão -o primeiro de sua história.
O presidente do banco disse que a AES é mais "um esqueleto" que o banco está trazendo "à luz do sol". "Nós colocamos à luz do sol todos os esqueletos que herdamos. Não rolamos esqueletos porque a gente tem medo de ponta de osso. Neste ano nós explicitamos alguns esqueletos", disse.
"As perdas agora são apenas a explicitação de equívocos contratuais cometidos no passado."


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