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CONCORRÊNCIA
Projeto que prevê análise antes do negócio consumado vai a consulta
Julgamento pode sair antes de fusão
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas próximas semanas, um
projeto de lei que determina que
fusões e aquisições sejam analisadas pelo SBDC (Sistema Brasileiro
de Defesa da Concorrência) antes
de formalizadas deve ser submetido a consulta pública.
A afirmação foi feita ontem pelo
secretário Daniel Goldberg, da
SDE (Secretaria de Direito Econômico) do Ministério da Justiça.
Até agora, havia divergências entre os órgãos que formam o SBDC
-Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), SDE e
Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico)- sobre a necessidade desse projeto, mas as
relutâncias não existem mais.
"Todos os órgãos do sistema
concordam agora que uma mudança é necessária", afirmou
Goldberg, após participar em São
Paulo do seminário "Defesa da
Concorrência e Defesa Comercial", na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Atualmente, empresas que tenham que solicitar autorização
dos órgãos de defesa da concorrência para se fundir, por exemplo, podem assinar contratos de
associações e realizar investimentos, sem ter que esperar pelo aval
do SBDC.
De acordo com Goldberg, "hoje
o tempo conta a favor de quem
pediu autorização para uma fusão". "Quanto mais tempo passa
do pedido à decisão final, mais fato consumado uma fusão se torna", afirmou.
No projeto de lei, disse o secretário, também constam mudanças como a alteração da quantidade de tempo que um conselheiro
do Cade pode permanecer no cargo -de dois para quatro anos.
Goldberg declarou também
que, até fevereiro, SDE e Seae devem passar a analisar juntas casos
de fusões e aquisições. Hoje, a
Seae dá o primeiro parecer na
análise de processos de fusões e
aquisições. Este então é encaminhado para a SDE e depois segue
para julgamento no Cade.
"No curto prazo, SDE e Seae devem estar trabalhando juntas do
ponto de vista gerencial, queimando etapas na instrução de casos", disse.
O objetivo, afirmou ele, é desburocratizar o processo de análise de
fusões e aquisições pelo SBDC.
"Não há necessidade de uma
grande reforma legislativa para
fazer com que a Seae e SDE passem a instruir casos conjuntamente", defendeu.
Goldberg evitou comentar o
compartilhamento de vôos entre
Varig e TAM, que acontece desde
março e está em estudo na Seae
para verificação se não houve prejuízo ao consumidor. "Temos de
aguardar", afirmou.
(MAELI PRADO)
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