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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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NO AR

Executivo não descarta reverter a decisão de se associar com a TAM e afirma que participação do banco estatal é "indispensável"

Não há fusão sem ajuda do BNDES, diz Varig

DA SUCURSAL DO RIO

O vice-presidente-executivo da Varig, Luiz Martins, disse ontem que o contrato de fusão com a TAM era uma "fotografia que se modificou", pois não mais reflete a situação da Varig neste momento, que está melhor do que na época do contrato.
De acordo com Martins, a fusão está nas mãos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que tem todas as informações necessárias para aprovar o financiamento que possibilitaria o negócio.
Para ele, a participação do BNDES "é indispensável" na reestruturação do setor aéreo. Isso porque não existem no país instituições com interesse em investir no ramo, que tem retornos pequenos e no longo prazo, disse.
"Não há solução sem um investidor do porte do BNDES", afirmou. Questionado se rebolaria para obter crédito do banco, Martins disse: "Estamos abrindo aqui um curso de dança do ventre. Estou relutante para me matricular, mas, se for preciso, me matriculo imediatamente".
A afirmação é uma referência às declarações do presidente do BNDES, Carlos Lessa, que disse anteontem que a Embraer "terá de rebolar" para acessar um empréstimo para a venda de aviões.
A associação com a TAM, diz Martins, não é a única saída para resolver os problemas da companhia. Existem outras opções, segundo ele, como "um vôo solo" da Varig -sem ajuda do governo- ou um financiamento em separado para cada uma das empresas.
O executivo, o principal negociador da fusão, criticou os órgãos de defesa da concorrência por terem se manifestado contra o acordo de compartilhamento de vôos firmado com a TAM.
Segundo ele, o compartilhamento foi uma maneira de as duas empresas resolverem, sozinhas, um problema que deveria ser do governo: reduzir a concorrência predatória ocasionada pela superoferta.
Para a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) e a SDE (Secretaria de Defesa Econômica), o compartilhamento só tinha lógica por causa da fusão. Se ela não sair do papel, deverá ser revisto. O acordo, segundo os órgãos de defesa, não trouxe benefícios aos passageiros.
Na visão de Martins, o compartilhamento não foi o principal responsável pela melhora dos resultados da Varig. "Ajudou, mas não foi o item mais importante. O mais importante foi a redução de custos."
Há duas semanas, a Varig divulgou seu balanço do terceiro trimestre. O prejuízo foi menor -de R$ 242,912 milhões de janeiro a setembro de 2003, ante R$ 1,011 bilhão nos mesmos meses de 2002- e a empresa teve o primeiro lucro operacional desde 1999.
Descontados impostos, despesas financeiras e variações cambiais, a companhia teve lucro de R$ 137 milhões no terceiro trimestre deste ano. (PEDRO SOARES)


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