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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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MEDICAMENTOS

Encontro reuniuempresários e ministro Palocci em Brasília

Fazenda vai liberar preço de remédios, diz fabricante

Sergio Lima/Folha Imagem
O ministro Palocci reunido com um grupo de empresários em Brasília, a quem pediu que aumente os investimentos feitos no Brasil


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) reconheceu ontem que o controle de preços de medicamentos prejudicou os investimentos da indústria farmacêutica no Brasil e disse que, com a reforma tributária, haverá no curto prazo a liberação dos reajustes dos remédios, segundo o presidente da multinacional Bristol-Myers Squibb no país, Mário Grieco.
Grieco e outros nove executivos de grandes empresas, a maioria estrangeiras com subsidiária no Brasil, foram recebidos ontem por Palocci no ministério em reunião que durou quase três horas. Foi o terceiro encontro promovido pelo governo com empresários para pedir que acreditem no Brasil e invistam mais no país.
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou que o assunto foi abordado e será tratado por um grupo de trabalho, integrado também pelo Ministério da Saúde, para discutir a politica de preços dos remédios.
Segundo a assessoria, o controle de preços tende a ser resolvido no médio prazo, após a conclusão dos estudos feitos pelo grupo de trabalho. O controle de preços foi criado no final de 2000 para começar a vigorar em 2001, quando José Serra ocupava o Ministério da Saúde, e foi mantida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"[O encontro] foi para contar com os empresários no sentido de serem mais positivos", disse Grieco. Segundo ele, Palocci teria concordado "totalmente que o controle de preços é uma política que não tem beneficiado o setor [farmacêutico] e que realmente impediu muito os investimentos aqui no Brasil".
Ainda segundo ele, o ministro teria afirmado acreditar que, com a aprovação da reforma tributária, em discussão no Senado, haverá no curto prazo a liberação de preços. "A economia tem que andar para a liberação de preços. Já foi provado em vários outros países que não adianta nada controlar preços. Uma vez que se controle preços, você está postergando um problema, porque, depois que libera, você vai ter um aumento exagerado de preços."
Grieco afirmou que, devido ao controle de preços, muitos laboratórios estrangeiros reduziram seus investimentos no Brasil nos últimos anos. Mas disse que será automática a retomada dos investimentos pelos laboratórios após a liberação dos preços.
O presidente da Du Pont no Brasil, Henrique Herbert Ubrig, disse que a conversa foi para mostrar que o país está na direção certa. "Obviamente, estamos todos interessados em expandir investimentos."
Segundo Ubrig, a conversa girou em torno de assuntos que podem levar o país ao desenvolvimento. Ele disse que o ministro pediu aos empresários "que continuem apostando no Brasil".
"Nós estamos aqui como atividade há mais de cem anos e como empresa há 80. E nós acreditamos nós próximos cem anos. Estamos aqui nos tempos bons e nos tempos difíceis", disse Peter Kallberg, presidente da Ericsson Telecomunicações.
Outro assunto tratado na reunião foi a necessidade de redução da alíquota da nova Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Os empresários avaliam que a nova alíquota da contribuição, fixada em 7,6% e que começará a vigorar no ano que vem, é exagerada e provocará excesso de arrecadação.
(LEONARDO SOUZA, PATRICIA COSTA E SÍLVIA MUGNATTO)

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