São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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Novembro marca saída recorde de estrangeiros

Bolsa vê saída de R$ 3,37 bi, mas IPO atrai capital de fora

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A queda de 3,54% registrada pela Bolsa em novembro -a maior desde maio de 2006- sofreu importante influência da saída de estrangeiros do pregão. O saldo das operações de compra e venda de ações feitas pelos estrangeiros em pregão ficou negativo em R$ 3,37 bilhões no mês passado, sendo esse o pior resultado desde o lançamento do Real, em 1994.
Todavia os resultados dos IPOs (oferta inicial de ações) apontam que os estrangeiros não estão fugindo das ações brasileiras. Considerando 60 dos IPOs realizados em 2007, os estrangeiros adquiriram R$ 44,05 bilhões, o que representa 75,7% do ofertado. Dessa forma, o saldo da entrada e saída de capital externo no mercado acionário está positivo em R$ 38,67 bilhões no ano.
O mês de novembro foi especialmente ruim para o mercado acionário global, com a elevação da aversão ao risco, desencadeada pelos temores e incertezas em relação aos estragos causados pela crise do setor de crédito habitacional de alto risco americano -o "subprime". Mas ao menos nos últimos dez dias os investidores têm voltado a se animar com o mercado de ações.
"Os estrangeiros têm visto uma boa oportunidade de negócios nos IPOs. Esses lançamentos têm sido muito bem vendidos lá fora, atraindo muito investidor", afirma Pedro Paulo Silveira, economista da Gradual Corretora.
Uma coisa que se tem notado no mercado brasileiro neste ano é investidores estrangeiros vendendo ações de companhias mais tradicionais para comprar papéis de estreantes.
Um dos casos mais recentes foi o lançamento das ações da Bovespa Holding, que teve participação pesada de estrangeiros, que ficaram com 78% dos R$ 6,62 bilhões ofertados.
Nos pregões, os estrangeiros têm respondido nos últimos dois anos por cerca de 35% das operações, o mais elevado patamar da história.


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