São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2009

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FGTS terá até R$ 2,7 bi extras para habitação

Montante corresponde à estimativa de aumento da arrecadação líquida em 2008, segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi

Orçamento do fundo para o setor habitacional já tem R$ 11,9 bi garantidos para 2009 e deve passar por reformulação, diz ministro

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dados preliminares da arrecadação líquida do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) apontam para aumento de R$ 2,7 bilhões nos recursos recolhidos das empresas no ano passado em relação a 2007, já descontados os saques realizados pelos trabalhadores. Com base nos números, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse ontem à Folha que o fundo deverá destinar esse adicional prioritariamente para a habitação neste ano.
"O FGTS terá uma margem de aplicação maior para este ano, colaborando principalmente com o setor da habitação", disse o ministro, acrescentando que, nos próximos meses, o orçamento aprovado para as aplicações do fundo passará por uma reformulação. No já aprovado, o setor habitacional tem garantidos R$ 11,9 bilhões -18% a menos que o autorizado no início de 2008.
De acordo com relatório apresentado pelos técnicos ao ministro ontem, de janeiro a novembro do ano passado, a arrecadação do FGTS alcançou R$ 43,5 bilhões. Em todo o ano de 2007, ficou em R$ 41,6 bilhões. Já os saques promovidos pelos trabalhadores nos 11 meses de 2008 chegaram a R$ 37,4 bilhões, contra R$ 38,4 bilhões ao longo dos 12 meses de 2008.
Com isso, a arrecadação líquida até novembro ficou em R$ 5,9 bilhões. Portanto, o resultado preliminar já é 84% superior ao verificado em 2007 -R$ 3,2 bilhões. "E ainda está faltando dezembro. Esses recursos serão direcionados aos poucos ao orçamento deste ano", afirmou Lupi.
Ele disse que não será só o FGTS que registrará bom desempenho em 2008. A expectativa é que o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) também apresente resultado superior ao de 2007, permitindo mais recursos para investir em micro e pequenas empresas.
"O FAT deverá ter um bom resultado e significa mais dinheiro para o BNDES emprestar às empresas. Queremos vincular essa aplicação principalmente a pequenas empresas, que são responsáveis por mais de 60% dos empregos", afirmou o ministro.

Surpresa
Na avaliação de Lupi, este mês e fevereiro deverão ser ruins para o emprego formal (com registro em carteira), mas março deverá mostrar os primeiros sinais de recuperação. "Novembro foi ruim, dezembro, nem podemos falar de dezembro, que é sempre atípico, com elevado desemprego. Em janeiro e fevereiro, teremos um resultado ainda não tão favorável. Mas, para março, podemos esperar boas surpresas."
A resposta do mercado automotivo à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), segundo Lupi, superou as expectativas. Além disso, para o Ministério do Trabalho, as vendas do comércio no Natal foram positivas.
"Agora, as empresas vão precisar repor estoques. A valorização do dólar também está levando à substituição das importações, obrigando as empresas nacionais a produzirem mais", disse.


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