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FGTS terá até R$ 2,7 bi extras para habitação
Montante corresponde à estimativa de aumento da arrecadação líquida em 2008, segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi
Orçamento do fundo para o
setor habitacional já tem
R$ 11,9 bi garantidos para
2009 e deve passar por
reformulação, diz ministro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dados preliminares da arrecadação líquida do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço) apontam para aumento de R$ 2,7 bilhões nos recursos recolhidos das empresas no
ano passado em relação a 2007,
já descontados os saques realizados pelos trabalhadores.
Com base nos números, o ministro Carlos Lupi (Trabalho)
disse ontem à Folha que o fundo deverá destinar esse adicional prioritariamente para a habitação neste ano.
"O FGTS terá uma margem
de aplicação maior para este
ano, colaborando principalmente com o setor da habitação", disse o ministro, acrescentando que, nos próximos
meses, o orçamento aprovado
para as aplicações do fundo
passará por uma reformulação.
No já aprovado, o setor habitacional tem garantidos R$ 11,9
bilhões -18% a menos que o
autorizado no início de 2008.
De acordo com relatório
apresentado pelos técnicos ao
ministro ontem, de janeiro a
novembro do ano passado, a arrecadação do FGTS alcançou
R$ 43,5 bilhões. Em todo o ano
de 2007, ficou em R$ 41,6 bilhões. Já os saques promovidos
pelos trabalhadores nos 11 meses de 2008 chegaram a R$ 37,4
bilhões, contra R$ 38,4 bilhões
ao longo dos 12 meses de 2008.
Com isso, a arrecadação líquida até novembro ficou em
R$ 5,9 bilhões. Portanto, o resultado preliminar já é 84% superior ao verificado em 2007
-R$ 3,2 bilhões. "E ainda está
faltando dezembro. Esses recursos serão direcionados aos
poucos ao orçamento deste
ano", afirmou Lupi.
Ele disse que não será só o
FGTS que registrará bom desempenho em 2008. A expectativa é que o FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador) também apresente resultado superior ao de 2007, permitindo
mais recursos para investir em
micro e pequenas empresas.
"O FAT deverá ter um bom
resultado e significa mais dinheiro para o BNDES emprestar às empresas. Queremos
vincular essa aplicação principalmente a pequenas empresas, que são responsáveis por
mais de 60% dos empregos",
afirmou o ministro.
Surpresa
Na avaliação de Lupi, este
mês e fevereiro deverão ser
ruins para o emprego formal
(com registro em carteira), mas
março deverá mostrar os primeiros sinais de recuperação.
"Novembro foi ruim, dezembro, nem podemos falar de dezembro, que é sempre atípico,
com elevado desemprego. Em
janeiro e fevereiro, teremos um
resultado ainda não tão favorável. Mas, para março, podemos
esperar boas surpresas."
A resposta do mercado automotivo à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), segundo Lupi, superou as expectativas. Além
disso, para o Ministério do Trabalho, as vendas do comércio
no Natal foram positivas.
"Agora, as empresas vão precisar repor estoques. A valorização do dólar também está levando à substituição das importações, obrigando as empresas nacionais a produzirem
mais", disse.
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