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'EXUBERÂNCIA IRRACIONAL'
Dow Jones ultrapassa 9.400 pontos; Clinton diz que superávit fiscal será de ao menos US$ 76 bi
Bolsa de NY bate novo recorde histórico
das agências internacionais
A Bolsa de Nova York teve ontem
forte alta de 2,51%, impulsionada
pelos ganhos das ações de alta tecnologia. O índice Dow Jones, que
reúne as ações mais negociadas,
superou pela primeira vez os 9.400
pontos, chegando a 9.544 ao final
do pregão.
O recorde anterior, de 9.380 pontos, havia sido registrado em 23 de
novembro de 98. A alta de ontem
foi influenciada por rumores de
fusões e aquisições em setores como automobilismo e telecomunicações em âmbito mundial.
A abertura em alta de Wall Street
repercutiu nos mercados europeus, que mais uma vez fecharam
majoritariamente com ganhos no
terceiro dia de operações com o
euro, a moeda única.
O desempenho da Bolsa de Nova
York na véspera também influenciou os resultados nos mercados
asiáticos, que chegaram a registrar
altas de mais de 6%.
Analistas afirmaram que os resultados do quarto trimestre do
ano passado, que devem ser anunciados nas próximas semanas pelas companhias norte-americanas,
certamente não serão bons.
"Mas 1998 acabou, e os investidores não ficarão mais surpresos",
avaliou Hugh Johnson, chefe de investimentos da First Albany. Johnson disse que os empresários norte-americanos têm em vista agora
os resultados do terceiro e do
quarto trimestres deste ano.
A alta em Wall Street coincidiu
com o anúncio do presidente dos
EUA, Bill Clinton, de que o orçamento fiscal de 1999 será muito superior ao esperado e chegará a pelo
menos US$ 76 bilhões, o maior da
história. A estimativa inicial era de
um superávit de US$ 53 bilhões no
ano fiscal iniciado em outubro.
Em 98, o superávit chegou a US$
70 bilhões e havia sido o primeiro
em três décadas. "A era dos grandes déficits acabou", disse Clinton.
Nova crise
Em meio à euforia da forte alta
em Wall Street, alguns analistas
alertavam ontem para o risco de
uma correção da Bolsa, que estaria
excessivamente valorizada.
Alan Greenspan, o presidente do
Fed, já avisa há cerca de dois anos
sobre o perigo da explosão da bolha financeira em Wall Street e, por
isso, cunhou a expressão "exuberância irracional".
Barton Biggs, estrategista-chefe
do Morgan Stanley Dean Witter,
disse ontem que há o perigo de
uma nova queda nos mercados financeiros este ano.
"Estou certo de que, em algum
momento em 1999, nós teremos
outra importante queda", afirmou
Biggs. Pelos cálculos de Biggs, o recuo pode chegar a até 30%.
Biggs cita a inabilidade do Japão
para recuperar sua economia como um dos fatores que podem levar a uma nova crise nos mercados. A recessão no Brasil e as dificuldades de países produtores de
petróleo, como México e Venezuela, também podem influenciar no
desempenho da economia dos
EUA, disse o estrategista.
"Eu acredito que a América Latina se torna um problema significativo para os EUA por causa da
quantidade de negócios que temos
com México e com o Brasil."
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