São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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Ipea projeta expansão de 4,2% para este ano

DA SUCURSAL DO RIO

Os juros podem subir e a renda não se recuperar em 2004. Mas, mesmo assim, o crescimento da indústria já está garantido neste ano, dizem especialistas ouvidos pela Folha. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado ao Ministério do Planejamento) projeta uma expansão de 4,2% em 2004.
Dois são os motivos que devem assegurar o desempenho positivo: o crescimento econômico mundial, com maior demanda para as exportações, e a fraca base de comparação.
Além disso, especialistas acreditam que os juros vão voltar a cair (foram mantidos em 16,5% ao ano pelo Banco Central na reunião de sua diretoria em janeiro), e a renda do trabalhador, num segundo momento, retomar a expansão.
Segundo Paulo Levy, do Ipea, a expansão vai se dar pelas categorias que já têm apresentado maior vigor: bens de capital (máquinas e equipamentos) e bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos). O primeiro, diz, será beneficiado pela exportações. Os juros menores impulsionarão o segundo. A produção de eletrodomésticos cresceu 16,7% em dezembro em relação ao mesmo mês de 2002. A de automóveis, 20,6%.
Levy disse que o crédito está em expansão desde o final do ano passado, inclusive para as camadas mais pobres. Tal situação continuará a ocorrer em 2004, acredita o economista.
"A renda já está caindo menos. E a indústria já está razoavelmente aquecida. Vamos entrar em 2004 com um ambiente melhor", afirmou Francisco Pessoa, economista da LCA. Ele estima um crescimento da indústria de 5,5%. Carlos Kawal, economista-chefe do Citibank, prevê um crescimento de 5%.
Luciana Sá, economista da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), acredita que as projeções de crescimento de 4% a 5% para a produção da indústria "são bastante razoáveis" para 2004.
"O ano começou extremamente positivo, com um quadro externo [de crescimento da economia mundial] como não se via havia muito tempo. Internamente, também é positivo", disse.
Ela acredita que o nervosismo que se instalou nos mercados seja passageiro e a alta da inflação seja pontual. "Os juros vão voltar a cair", disse.


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