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Ipea projeta expansão
de 4,2% para este ano
DA SUCURSAL DO RIO
Os juros podem subir e a renda
não se recuperar em 2004. Mas,
mesmo assim, o crescimento da
indústria já está garantido neste
ano, dizem especialistas ouvidos
pela Folha. O Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada,
órgão ligado ao Ministério do Planejamento) projeta uma expansão de 4,2% em 2004.
Dois são os motivos que devem
assegurar o desempenho positivo:
o crescimento econômico mundial, com maior demanda para as
exportações, e a fraca base de
comparação.
Além disso, especialistas acreditam que os juros vão voltar a cair
(foram mantidos em 16,5% ao
ano pelo Banco Central na reunião de sua diretoria em janeiro),
e a renda do trabalhador, num segundo momento, retomar a expansão.
Segundo Paulo Levy, do Ipea, a
expansão vai se dar pelas categorias que já têm apresentado maior
vigor: bens de capital (máquinas e
equipamentos) e bens duráveis
(automóveis e eletrodomésticos).
O primeiro, diz, será beneficiado
pela exportações. Os juros menores impulsionarão o segundo. A
produção de eletrodomésticos
cresceu 16,7% em dezembro em
relação ao mesmo mês de 2002. A
de automóveis, 20,6%.
Levy disse que o crédito está em
expansão desde o final do ano
passado, inclusive para as camadas mais pobres. Tal situação continuará a ocorrer em 2004, acredita o economista.
"A renda já está caindo menos.
E a indústria já está razoavelmente aquecida. Vamos entrar em
2004 com um ambiente melhor",
afirmou Francisco Pessoa, economista da LCA. Ele estima um crescimento da indústria de 5,5%.
Carlos Kawal, economista-chefe
do Citibank, prevê um crescimento de 5%.
Luciana Sá, economista da Firjan (Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro), acredita que as projeções de crescimento de 4% a 5% para a produção da
indústria "são bastante razoáveis"
para 2004.
"O ano começou extremamente
positivo, com um quadro externo
[de crescimento da economia
mundial] como não se via havia
muito tempo. Internamente, também é positivo", disse.
Ela acredita que o nervosismo
que se instalou nos mercados seja
passageiro e a alta da inflação seja
pontual. "Os juros vão voltar a
cair", disse.
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