São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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Reservas internacionais aumentam US$ 3,6 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As reservas em moeda estrangeira do governo brasileiro registraram forte crescimento neste início de ano, graças aos dólares comprados pelo Banco Central no mercado de câmbio e à emissão de títulos da dívida externa realizada no período. Descontados os recursos emprestados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), as reservas encerraram o mês passado em aproximadamente US$ 21 bilhões.
Isso representa um aumento de cerca de US$ 3,6 bilhões em relação ao saldo registrado no final de 2003. O baixo nível das reservas internacionais é apontado como um dos pontos mais vulneráveis da economia brasileira. Desde o começo de janeiro, o BC tenta melhorar a situação comprando dólares no mercado e depositando-os nas reservas.
Estima-se que, em janeiro, o BC tenha comprado cerca de US$ 2,6 bilhões no mercado. A atuação da autoridade monetária tem efeito de duas maneiras sobre as contas externas do país: além de reforçar as reservas com os dólares comprados, o BC ainda impede que o real se valorize em relação à moeda dos EUA, o que favorece as exportações brasileiras.
Além das intervenções do BC no câmbio, as reservas foram reforçadas por US$ 1,5 bilhão obtido por meio da venda de títulos da dívida externa no mercado internacional. O governo espera que, neste ano, as captações externas do país cheguem a US$ 4 bilhões. O saldo das reservas também é influenciado pela variação das cotações das moedas que a compõem.

Uso das reservas
Os recursos das reservas internacionais são usados pelo governo, principalmente, no pagamento dos vencimentos da dívida externa do setor público. Logo, quanto mais baixas são as reservas, maiores as dúvidas em relação à capacidade do governo em continuar pagando em dia seus compromissos.
No México, por exemplo, as reservas em moeda estrangeira estão próximas de US$ 60 bilhões. Na Coréia do Sul, giram em torno de US$ 150 bilhões.
Ao todo, as reservas brasileiras encerraram o mês de janeiro em US$ 53 bilhões. Desse valor, porém, quase US$ 30 bilhões se referem a empréstimos recebidos do FMI. Como o Fundo impõe limites para a utilização desses recursos, eles costumam ser excluídos das análises. As chamadas reservas líquidas, hoje em cerca de US$ 21 bilhões, costumam ser acompanhadas mais de perto.
Desde o ano passado, o governo tenta recuperar suas reservas internacionais. O Tesouro Nacional, no segundo semestre do ano passado, comprou aproximadamente US$ 10 bilhões no mercado para pagar suas dívidas -preservando, portanto, os recursos depositados nas reservas.
Neste ano, o governo gastará US$ 12 bilhões com pagamentos da dívida externa. Desse total, US$ 5 bilhões serão quitados com dólares comprados pelo Tesouro ainda em 2003. O restante virá das reservas internacionais.


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