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Reservas internacionais
aumentam US$ 3,6 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As reservas em moeda estrangeira do governo brasileiro registraram forte crescimento neste
início de ano, graças aos dólares
comprados pelo Banco Central
no mercado de câmbio e à emissão de títulos da dívida externa
realizada no período. Descontados os recursos emprestados pelo
FMI (Fundo Monetário Internacional), as reservas encerraram o
mês passado em aproximadamente US$ 21 bilhões.
Isso representa um aumento de
cerca de US$ 3,6 bilhões em relação ao saldo registrado no final de
2003. O baixo nível das reservas
internacionais é apontado como
um dos pontos mais vulneráveis
da economia brasileira. Desde o
começo de janeiro, o BC tenta melhorar a situação comprando dólares no mercado e depositando-os nas reservas.
Estima-se que, em janeiro, o BC
tenha comprado cerca de US$ 2,6
bilhões no mercado. A atuação da
autoridade monetária tem efeito
de duas maneiras sobre as contas
externas do país: além de reforçar
as reservas com os dólares comprados, o BC ainda impede que o
real se valorize em relação à moeda dos EUA, o que favorece as exportações brasileiras.
Além das intervenções do BC
no câmbio, as reservas foram reforçadas por US$ 1,5 bilhão obtido por meio da venda de títulos
da dívida externa no mercado internacional. O governo espera
que, neste ano, as captações externas do país cheguem a US$ 4 bilhões. O saldo das reservas também é influenciado pela variação
das cotações das moedas que a
compõem.
Uso das reservas
Os recursos das reservas internacionais são usados pelo governo, principalmente, no pagamento dos vencimentos da dívida externa do setor público. Logo,
quanto mais baixas são as reservas, maiores as dúvidas em relação à capacidade do governo em
continuar pagando em dia seus
compromissos.
No México, por exemplo, as reservas em moeda estrangeira estão próximas de US$ 60 bilhões.
Na Coréia do Sul, giram em torno
de US$ 150 bilhões.
Ao todo, as reservas brasileiras
encerraram o mês de janeiro em
US$ 53 bilhões. Desse valor, porém, quase US$ 30 bilhões se referem a empréstimos recebidos do
FMI. Como o Fundo impõe limites para a utilização desses recursos, eles costumam ser excluídos
das análises. As chamadas reservas líquidas, hoje em cerca de US$
21 bilhões, costumam ser acompanhadas mais de perto.
Desde o ano passado, o governo
tenta recuperar suas reservas internacionais. O Tesouro Nacional, no segundo semestre do ano
passado, comprou aproximadamente US$ 10 bilhões no mercado
para pagar suas dívidas -preservando, portanto, os recursos depositados nas reservas.
Neste ano, o governo gastará
US$ 12 bilhões com pagamentos
da dívida externa. Desse total,
US$ 5 bilhões serão quitados com
dólares comprados pelo Tesouro
ainda em 2003. O restante virá das
reservas internacionais.
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