|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔO DA ÁGUIA
Mas números ficam abaixo das expectativas
Estados Unidos criam 112 mil vagas, e desemprego cai para 5,6%
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana
criou 112 mil postos de trabalho
no mês passado, o melhor resultado em mais de três anos, mas ainda assim em ritmo inferior às expectativas. A taxa de desemprego
recuou de 5,7% para 5,6%.
Pela previsão média dos analistas, seriam criadas entre 150 mil e
160 mil vagas. De qualquer maneira, o resultado obtido em janeiro foi o melhor desde dezembro de 2000, quando o país ainda
não havia entrado em recessão.
O Departamento de Trabalho
também revisou os dados de meses anteriores. Assim, os números
de dezembro ficaram um pouco
melhores, com a criação de 16 mil
postos, e não apenas mil, como
divulgado inicialmente.
"O número de vagas ficou bem
abaixo das expectativas do mercado e confirma a fragilidade do
mercado de trabalho nos EUA",
afirmou Daniel Tenengauzer, vice-presidente para câmbio do
banco de investimento Lehman
Brothers, em Nova York.
De setembro para cá, 366 mil
postos foram criados, de acordo
com o Departamento de Trabalho, ou pouco mais de 70 mil vagas por mês. De acordo com os
economistas americanos, o país
precisa criar entre 150 mil e 200
mil vagas por mês para absorver o
crescimento da população economicamente ativa.
"É a criação de empregos mais
fraca já registrada em um período
de recuperação econômica", comentou o economista Steven
Wood, da consultoria Insight
Economics.
Depois de atingir o pico de 6,3%
em junho do ano passado, a taxa
de desemprego recuou para 5,6%,
o nível mais baixo em dois anos.
Mas a taxa permanece acima dos
níveis de 2000, quando estava em
torno de 4%.
A pesquisa a respeito do número de vagas é feita diretamente
com as empresas, por isso é considerada mais confiável, ainda que
sujeita a distorções. Já a taxa de
desemprego é apurada a partir da
entrevista com trabalhadores.
A maior parte dos empregos
criados no mês passado ocorreu
no varejo. Já o emprego na indústria norte-americana encolheu
pelo 42º mês consecutivo.
Nos últimos três anos, a economia norte-americana perdeu
mais de 2 milhões de postos de
trabalho, principalmente no setor
manufatureiro. O tema promete
ser um dos mais difíceis durante a
campanha de reeleição do presidente George W. Bush. A crise na
indústria também elevou o protecionismo no país.
A baixa criação de empregos,
mesmo com o elevado ritmo da
recuperação econômica, preocupa a Casa Branca. O secretário do
Tesouro, John Snow, chegou a
contestar os números, dizendo
que as estatísticas são sujeitas a
distorções e erros.
Reação
Por outro lado, o Federal Reserve (banco central norte-americano) não deverá ter pressa para elevar a taxa de juros, hoje em 1% ao
ano. Assim, os fluxos de recursos
para os mercados emergentes, como o Brasil, deverão permanecer
elevados, porque os juros são
mais atraentes.
Ante os números relativamente
fracos do Departamento de Trabalho, os preços das ações das
empresas americanas subiram.
Isso porque a perspectiva de manutenção da taxa de juros no atual
baixo nível torna os investimentos nas Bolsas mais atraentes.
"Os indicadores não foram altos
demais nem baixos demais. Ficaram dentro do que o mercado
gostaria para poder dizer: "Podemos respirar aliviados'", disse Jeff
Kleintop, estrategista-chefe da
corretora PNC Advisors. "Os dados indicam que o Fed poderá esperar um pouco mais e que as
pressões inflacionárias vão permanecer fracas."
O índice Dow Jones da Bolsa de
Nova York encerrou o dia com
valorização de 0,93%. Na semana,
o índice acumulou ganho de 1%.
A Bolsa eletrônica Nasdaq avançou 2,2% ontem, mas isso foi insuficiente para evitar a perda de
0,1% na semana -a terceira desvalorização semanal seguida.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Boca Raton: Antagonismo entre americanos e europeus marca a reunião do G7 Índice
|