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MERCADO FINANCEIRO
Depois de recuar 2,34% pela manhã, Bolsa encerra dia com alta de 4,16%; risco-país volta a cair
Volátil, Bovespa tem 2ª maior alta do ano
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro externou
ontem toda a volatilidade que foi
a marca de uma conturbada semana em que não faltaram até
boatos de demissão no governo.
Depois de dois dias seguidos de
queda, em que acumulou recuo
de 5,34%, a Bolsa de Valores de
São Paulo refez o caminho ontem:
o Ibovespa, índice das 54 ações
mais negociadas, subiu 4,16%, para os 21.968 pontos, com volume
financeiro de R$ 1,331 bilhão. Foi
a segunda maior alta do ano, abaixo apenas dos 4,84% de 5 de janeiro. Com isso, a Bovespa repôs as
perdas de jornadas anteriores e
fechou a semana com variação
positiva de 0,54%.
Não foi uma jornada tranqüila.
Na abertura, a Bolsa chegou a cair
2,34%, o risco-país do Brasil bateu nos 573 pontos e os C-Bonds,
principais títulos da dívida, recuaram até 2,85%. Mas ainda pela
manhã, com a informação de que
o número de postos de trabalhos
gerados nos EUA ficou abaixo do
esperado -o que adiaria um possível aumento dos juros pelo Fed
(o BC norte-americano)-, a tendência se inverteu.
Outro evento serviu para tranqüilizar o mercado: o fato de Henrique Meirelles ter feito o discurso
de abertura a reunião ministerial
-em clara tentativa do governo
de demonstrar que teriam sido
infundados os boatos sobre a demissão do presidente do Banco
Central que derrubaram a Bolsa
paulista na quarta e na quinta.
A perspectiva de manutenção
de juros, por algum tempo, no
mercado americano, reanimou o
interesse dos investidores por papéis de países emergentes. Os C-Bonds se recuperaram, fechando
estáveis em relação a anteontem
(variação de 0,06%), cotados a
96,632% de seu valor de face.
Caminho inverso também percorreu o risco-país, que encerrou
o dia em 537 pontos, 11 pontos
abaixo do registrado anteontem.
No mercado de câmbio, o Banco Central permaneceu ausente.
Em toda a semana, fez somente
uma intervenção para comprar a
moeda norte-americana. O dólar,
a exemplo dos demais ativos, teve
forte oscilação: chegou a subir
1,45% (para R$ 2,975), mas fechou estável, vendido a R$ 2,934
(variação de somente 0,06%).
Ação mais negociada na Bolsa, a
Telemar PN fechou em alta de
5,56%. No acumulado da semana,
as perdas foram lideradas pelas
elétricas: Tractebel ON (-18,46%),
Light ON (-14,24%) e Eletrobrás
ON (-10,54%).
(JOSÉ ALAN DIAS)
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