São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Depois de recuar 2,34% pela manhã, Bolsa encerra dia com alta de 4,16%; risco-país volta a cair

Volátil, Bovespa tem 2ª maior alta do ano

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro externou ontem toda a volatilidade que foi a marca de uma conturbada semana em que não faltaram até boatos de demissão no governo.
Depois de dois dias seguidos de queda, em que acumulou recuo de 5,34%, a Bolsa de Valores de São Paulo refez o caminho ontem: o Ibovespa, índice das 54 ações mais negociadas, subiu 4,16%, para os 21.968 pontos, com volume financeiro de R$ 1,331 bilhão. Foi a segunda maior alta do ano, abaixo apenas dos 4,84% de 5 de janeiro. Com isso, a Bovespa repôs as perdas de jornadas anteriores e fechou a semana com variação positiva de 0,54%.
Não foi uma jornada tranqüila. Na abertura, a Bolsa chegou a cair 2,34%, o risco-país do Brasil bateu nos 573 pontos e os C-Bonds, principais títulos da dívida, recuaram até 2,85%. Mas ainda pela manhã, com a informação de que o número de postos de trabalhos gerados nos EUA ficou abaixo do esperado -o que adiaria um possível aumento dos juros pelo Fed (o BC norte-americano)-, a tendência se inverteu.
Outro evento serviu para tranqüilizar o mercado: o fato de Henrique Meirelles ter feito o discurso de abertura a reunião ministerial -em clara tentativa do governo de demonstrar que teriam sido infundados os boatos sobre a demissão do presidente do Banco Central que derrubaram a Bolsa paulista na quarta e na quinta.
A perspectiva de manutenção de juros, por algum tempo, no mercado americano, reanimou o interesse dos investidores por papéis de países emergentes. Os C-Bonds se recuperaram, fechando estáveis em relação a anteontem (variação de 0,06%), cotados a 96,632% de seu valor de face.
Caminho inverso também percorreu o risco-país, que encerrou o dia em 537 pontos, 11 pontos abaixo do registrado anteontem.
No mercado de câmbio, o Banco Central permaneceu ausente. Em toda a semana, fez somente uma intervenção para comprar a moeda norte-americana. O dólar, a exemplo dos demais ativos, teve forte oscilação: chegou a subir 1,45% (para R$ 2,975), mas fechou estável, vendido a R$ 2,934 (variação de somente 0,06%).
Ação mais negociada na Bolsa, a Telemar PN fechou em alta de 5,56%. No acumulado da semana, as perdas foram lideradas pelas elétricas: Tractebel ON (-18,46%), Light ON (-14,24%) e Eletrobrás ON (-10,54%). (JOSÉ ALAN DIAS)


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