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LEITE DERRAMADO
Executivo da empresa no país presta depoimento e diz que não deve haver recursos de emergência
Parmalat não deve ter ajuda da matriz
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O italiano Andrea Ventura, diretor financeiro, administrativo e
de relações com o mercado da
Parmalat Alimentos, prestou depoimento ontem à Justiça de São
Paulo e informou que a companhia no país já descartou a possibilidade de receber recursos de
emergência da matriz na Itália a
médio prazo.
Sem recursos e em meio a uma
reestruturação, o Conselho de
Administração da companhia vai
se esvaziar, apurou a Folha.
Uma nova injeção de capital no
país só deve ocorrer se bancos estrangeiros abrirem linhas de crédito na Itália. O banco italiano Intesa planeja liberar 10 milhões
em um empréstimo de 150 milhões que está sendo solicitado
para que o grupo continue operando, segundo agências internacionais de notícias.
No Brasil, a empresa precisa de
pelo menos R$ 75 milhões para
continuar operando. A produção
da Parmalat pode parar dentro de
poucos dias, como a direção já informou nesta semana. Contas iniciais mostram que a filial brasileira tem a receber da matriz mais de
R$ 200 milhões, que poderiam ser
utilizados para quitar dívidas no
país, de acordo com dados de depoimentos ocorridos ontem.
Em reunião do Conselho de Administração da companhia, na
quarta-feira, o presidente da empresa no país, Ricardo Gonçalves,
disse que é impossível "o envio ao
Brasil de recursos necessários à
continuidade das atividades". A
informação consta em ata da reunião de Gonçalves com diretores.
Em depoimento ontem ao juiz
Carlos Henrique Abrão, da 42ª
Vara Cível, Ventura disse que a filial brasileira não enviou recursos
para paraísos fiscais no exterior.
Ex-funcionários da empresa no
exterior já informaram à polícia
italiana que o Brasil recebeu "sacos de dinheiro" da Itália em operações irregulares.
Ventura foi chamado a depor
para esclarecer essas questões em
processo requerido pelo banco
Sumitomo -credor da empresa.
Conselho e intervenção
Formado por dois diretores e
pelo presidente da empresa, o
Conselho de Administração da
companhia no país pode esvaziar.
Andrea Ventura, atual diretor e
conselheiro, deve deixar o país e
voltar à Itália. No entanto, pessoas
não-residentes no país são proibidas de ocupar a cadeira em conselhos, segundo a Lei das S.As.
-que determina o funcionamento das companhias abertas (com
ação em Bolsa) no Brasil.
Além dele, outro diretor da empresa já teria colocado o cargo à
disposição também. A Lei das
S.As. determina que o Conselho
de Administração das empresas
precisa ser composto por, no mínimo, dois diretores.
A Parmalat perdeu ontem a direção da fábrica de processamento de leite que possui em Itaperuna (RJ), por decisão da 2ª Vara da
Comarca de Itaperuna.
Um colegiado composto por representantes, funcionários e governo do Rio assumiu a administração da unidade. A Parmalat
não indicou um representante.
Com a Sucursal do Rio
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