Apesar de toda a crítica em relação à política monetária do Banco Central, a questão dos juros não é considerada pelos empresários a principal ausência do PAC. O que mais faltou ao pacote foram medidas que visam a redução do gasto público, as reformas tributária e trabalhista e a redução da carga tributária.
O diagnóstico consta de pesquisa espontânea feita pela CNI por internet entre os dias 25 e 30 de janeiro. Participaram do levantamento 138 empresas, sendo 112 pequenas e médias e 26 de grande porte.
Para 36% dos empresários que responderam à pesquisa, a principal medida ausente do PAC é a redução do gasto público. Em segundo lugar, a reforma tributária e a redução da carga tributária, ambas assinaladas por 24% das respostas.
O curioso é que a redução de juros foi apontada por apenas 9% dos empresários, o mesmo percentual da reforma da Previdência. Esses dois itens só superaram, entre os principais temas, a reforma política, que foi assinalada por 7% dos empresários.
O fato de a pesquisa não eleger a questão dos juros como a maior ausência do PAC não significa, no entanto, que essa variável não seja importante. Em carta que irá divulgar hoje, o Iedi afirma que, apesar de o PAC representar um passo importante para o país ter condições de entrar em uma rota de crescimento, a sustentação dessa expansão é inseparável das taxas de juros e do câmbio.
De acordo com o documento, além de atuar no sentido contrário aos investimentos, as altas taxas de juros ajudam ainda mais a apreciar a já "apreciada" taxa de câmbio.
Para as grandes empresas, a saída, segundo o Iedi, tem sido investir em bases produtivas no exterior e deixar de comprar bens intermediários no mercado doméstico para importá-los e assim baixar os custos.
Dessa forma, para o Iedi, essa combinação de câmbio e juros atua contra o PAC. "A estabilidade de preços é um elemento importante para o crescimento do país, mas sua manutenção não deve criar obstáculos para a expansão econômica."
O documento alerta de que, com a atual política monetária, o país corre o risco de virar refém de uma trajetória de baixo crescimento.

FIBRA DE BEBER
Na onda do mercado saudável, depois do biscoito, das barrinhas e do iogurte, é a vez de o mercado brasileiro receber a água com fibras. O produto será lançado hoje pela Genuína Lindoya, junto à nova linha de água com sabores (limão, pêssego, morango e abacaxi com hortelã). "Nossa idéia é passar de uma companhia de água para uma empresa de bebidas", diz Marco Aurélio Ruette, sócio da Genuína, que espera triplicar o faturamento da empresa em dois anos. "Este deve ser o primeiro lançamento de uma série." O produto recebe o componente frutooligossacarídeo, conhecido como "Fos", desenvolvido no Canadá. "Cada embalagem de 630 ml da água tem ação equivalente a 22 ameixas."

ANTI-SONEGAÇÃO
André Franco Montoro Filho e Victorio de Marchi, presidente e vice do Etco (instituto de ética concorrencial), irão levar hoje a Jorge Rachid (Receita Federal) dois pareceres -jurídico e econômico- defendendo o atual sistema de cobrança de impostos para o setor de cerveja. Hoje, tanto o IPI quanto o PIS/Cofins são cobrados pelo sistema de alíquotas específicas, com base no litro vendido. Algumas cervejarias defendem um sistema que obrigaria a conferir as notas fiscais. Os pareceres concluem que o atual sistema, junto aos medidores de vazão, mostra-se mais adequado para o Brasil, na medida em que combate a sonegação e a evasão fiscal.

CONFIANÇA
O clima entre os gestores de Private Equity presentes nesta semana ao evento da "The Economist", em Miami, sobre negócios e investimentos em fundos de PE é favorável ao Brasil. Segundo Álvaro Gonçalves -sócio-diretor da Stratus, que participa do evento com Gilberto Mifano, da Bovespa, e Marcus Regueira, presidente da ABVCAP-, há um aumento da confiança internacional em relação ao Brasil pela combinação do efeito do PAC com a percepção de que os investidores brasileiros já estão diversificando na direção do setor real e reduzindo suas posições em renda fixa, concentração que sempre gerou desconfiança dos investidores estrangeiros.

ATLETA
A Gol aposta no Pan. A empresa investiu R$ 800 mil em oito atletas de cinco modalidades no projeto Gol Esporte, para o Pan 2007. Entre eles, Leandro Guilheiro, do judô, e Ádria Santos, atleta paraolímpico.

ESPETO
As churrasqueiras foram o item de verão mais procurado na Sam's Club em janeiro. As vendas subiram 56% ante janeiro de 2006.

DESTINO
O clima de incerteza quanto à reestruturação da Fosfértil fez sua primeira vítima. Marco Quirino, diretor comercial, pediu demissão.

Jornal fundado em 1645 migra para a internet

O jornal mais antigo do mundo acaba de migrar para o mundo virtual. O sueco "Post-och Inrikes Tidningar", fundado em 1645, acaba de criar sua versão on-line e extinguir sua versão impressa.
Criado pela rainha Kirstina para manter seus súditos informados sobre as questões do país, o jornal, que pertence à Academia Sueca (conhecida pelo Nobel de Literatura), hoje publica balanços de empresas e do governo.